Com um olhar pluridimensional, pretendo orientar educadores e estudantes neste caminho vivido tão intensamente... um caminho onde se ensina e se aprende em cada momento de vida...este é um convite para conversar sobre educação.
Com um olhar pluridimensional, pretendo orientar educadores e estudantes neste caminho vivido tão intensamente... um caminho onde se ensina e se aprende em cada momento de vida...este é um convite para conversar sobre educação.
Desenganem-se as famílias que consideram que os seus educandos podem aprender tudo dentro de um recinto escolar. A educação está muito para além das disciplinas e da formação facultada no ensino formal. Ter educação é ter um conjunto de saberes, valores e ideias que se aprendem vivendo intensamente, nos mais diversos contextos de vida. E, neste sentido as famílias têm um papel fundamental na orientação e no proporcionar de tais experiências de vida, para tornarem o seu educando um pleno cidadão, consciente dos seus direitos e deveres.
Estes são alguns dos exemplos de Educação que não se adquirem nos bancos de escola, nem nos manuais escolares:
Educação emocional: é no convívio entre pares (mesmas idades), nos recreios e em outras atividades extra escolares que mais acontece;
Educação financeira: as famílias têm um papel fundamental nestes ensinamentos, através da gestão das mesadas e do ensino da poupança;
Educação para a sexualidade: embora exista legislação para que esta educação ocorra nas escola, tal não acontece, portanto, é imprescindível que a família assuma esta educação;
Educação moral e religiosa: as escolas oferecem apenas uma disciplina e é facultativa, portanto são as famílias que decidem se querem, ou não, acrescentar esta forma de educação a quem cresce, além disso, esta disciplina não contempla todas as religiões;
Educação Política: a consciência política, partidária e cívica não é ensinada nas escolas, a sensibilização deve começar em casa, assim como deve existir uma procura de informação pessoal;
Educação para as tarefas domésticas: não é aprendizagem menor saber limpar, saber cozinhar e saber cuidar da casa de quem nela vive, estas aprendizagens realizam-se em famílias e são fundamentais para um adulto autónomo e responsável.
Ainda dando continuidade a um texto publicado anteriormente, queria aproveitar para desenvolver um pouco mais um dos tópicos propostos, nas aprendizagens fundamentais: ensinar a costurar.
A costura ainda é olhado, por muitos, como algo relacionado apenas com o género feminino e portanto, muitas crianças e jovens (rapazes) podem demonstrar alguma resistência nesta aprendizagem. No entanto, é necessário explicar-lhes que tal ideia está completamente ultrapassada e que, cada pessoa deve ser capaz de fazer pequenos arranjos em tecidos porque isso poderá facilitar, em muito, o quotidiano de alguém feliz e independente.
Assim sendo, crianças e jovens devem aprender a:
Usar linhas, tesouras e agulhas;
Coser um botão;
Subir bainhas;
Voltar a coser algo descosido;
Colocar remendos;
Identificar e unir tecidos;
Utilizar pequenas máquinas de costura (se existirem em casa);
Ter estes conhecimentos simples podem resolver pequenas situações domésticas, ajudar a poupar algum dinheiro em arranjos de costura simples, ajudam a preservar o meio ambiente e diminuir o desperdício e promovem a confiança nas capacidades manuais.
Quem sabe, estas simples aprendizagens podem até espoletar o gosto por trabalhos mais aprofundados e aprimorados?!?
Para a maioria dos estudantes, refletir e definir o seu futuro é tarefa muito difícil, para alguns parece quase impossível… tantas e tantas indecisões!
Muitas famílias referem até que, fazer opções já no 9º ano é muito precoce, porque os adolescentes não estão preparados para tais decisões. Posso assumir que não concordo muito com esta opinião. Há poucos anos atrás, aos 14 e 15 anos já se trabalhava, já se sustentavam famílias, já se tinha imensa responsabilidade… se continuarmos a proteger e a desresponsabilizar, de facto, não teremos jovens preparados… nem nesta idade, nem mais tarde!
Para além disso, as decisões são realizadas de forma faseada e não são estanque, na vida de nenhum jovem… quantos de nós fizemos escolhas entre o secundário e a faculdade e, depois a vida levou-nos por outros percursos profissionais diferentes e que, em nada, nos traz infelicidade? Portanto, há que assumir que são decisões que levam a um caminho, com várias saídas e muitas expectativas, mas é necessário definir algo, para não andar à deriva… depois, a vida encarrega-se de definir muitas outras situações e oportunidades.
Para finalizar, mas não menos importante, é preciso incentivar às escolhas, é necessário que o jovem pondere, não sobre uma profissão, mas sobre uma vocação… uma paixão… Porque, quando somos muito bons no que fazemos e fazemo-lo com paixão, teremos sempre oportunidades, teremos sempre vontade de procurar um lugar… Se o estudante procura apenas uma profissão com emprego garantido, bom salário e pouca expectativa, trabalhar oito horas diárias pode ser um aborrecimento ou um tormento… não me parece que seja assim a melhor forma de realizar escolhas!!!??
Ensinem os vossos adolescentes e jovens a procurar a vocação, a paixão, o seu lugar na sociedade… que será muito mais do que uma profissão…
Para lembrar: irei realizar uma sessão online, através da plataforma Google - Meet , no dia 21 de abril de 2023, às 21h, sexta feira!!! Sobre o tema: Orientação Vocacional