Com um olhar pluridimensional, pretendo orientar educadores e estudantes neste caminho vivido tão intensamente... um caminho onde se ensina e se aprende em cada momento de vida...este é um convite para conversar sobre educação.
Com um olhar pluridimensional, pretendo orientar educadores e estudantes neste caminho vivido tão intensamente... um caminho onde se ensina e se aprende em cada momento de vida...este é um convite para conversar sobre educação.
A educação está nas mais diversas experiências de vida, conseguimos aprender através de uma educação formal, mas podemos também aprender através de muitos outros contextos, sociais e profissionais. A educação é, assim, muito transversal.
Por esta razão torna-se importante que, quem cresce, tenha oportunidade de viver diversas experiências pessoais e sociais que o enriqueça e o eduque. Viajar é, um exemplo claro, de aprendizagem através da experiência.
Quando alguém viaja tem oportunidade de conhecer novas culturas, novos valores sociais, confrontar-se com outros estilos de vida e com outras sociedades. Assim, sempre que as famílias proporcionam férias às suas crianças e jovens, visitando outros lugares e vivendo outras experiências, estão também a proporcionar-lhes momentos de grande enriquecimento pessoal que, embora não pareça claro, traz grandes aprendizagens para toda a família.
Assim, sempre que conseguir, e na medida do possível para o orçamento familiar, proporcione viagens a quem cresce, não é necessário ir para onde a maioria das pessoas vão, não é necessário ter grande financiamento (ensinar a poupar em férias é também primordial), não é necessário viajar para destinos longínquos ou exóticos, basta vontade de partir à descoberta, manter uma mente aberta para o que nos rodeia e muito desejo de aprender/conhecer!
Viajar oferece conhecimento, experiências e muitas aprendizagens que não estão nos manuais escolares, aproveitem!
Vivemos num mundo repleto de horários e tarefas a cumprir, o stress e o que temos para fazer invade-nos a mente o dia inteiro… se vivemos assim como adultos, as crianças vivem assim com os adultos! Partilham estas ansiedades das rotinas repletas de atividades e acontecimentos, onde o ‘não ter nada para fazer’ parece um conceito malfadado que prejudica as pessoas de bem…
Com isto temos dificuldade em colocar as crianças em momentos de tranquilidade, silêncio, reflexão e meditação… assim, quando chegam às escolas e precisam de atenção, silêncio e concentração, não o conseguem fazer, não foram educadas nem sensibilizadas para tal tarefa e para tal importância.
É necessário que as crianças vivam com famílias que tenham tempo para ser família… para conversar, para brincar, para discutir sobre temas importantes e também para estar em silêncio, numa análise e avaliação pessoal.
Quando as crianças têm medo do escuro, que traz o silêncio e a tranquilidade, é porque não conseguem apreciar este momento de paz e tranquilidade, então, provavelmente, esta criança não está tranquila, nem aprendeu a tranquilizar-se e tirar partido desses momentos.
O desenvolver de tais capacidades e o proporcionar de tais momentos deve começar nos primeiros anos de vida, encontrando alguns momentos para controlar a respiração, o pensamento, a mente… o acalmar, fazer silêncio, relaxar…
As escolas são lugares muito propícios a aprendizagens, mas não apenas às aprendizagens escolares, os relacionamentos interpessoais, a partilha de emoções, a necessidade de mediar interesses e conflitos, questionar situações e conviver com justiças/injustiças acontece dentro dos muros escolares, dentro e fora da sala de aula e para além dos muros, através da convivência social.
Portanto, a escola é um lugar que fervilha de emoções, porque uns amigos se zangaram, alguém trouxe um objeto novo, ouve-se uma música nova, alguma coisa foi roubada, andaram à ‘bulha’, deram o primeiro beijo…….
Para além disso as notícias correm apressadamente… nada se consegue esconder… não existem segredos bem guardados, ninguém controla a vivacidade das crianças e jovens.
As escolas são micro sociedades que incubam pessoas, preparam-nas para a vida adulta, fazem parte da realidade de todos os alunos de forma muito grudada… de tal forma que eles adoram e detestam a escola… sem medida certa, de onde começa um sentimento e acaba outro… Na escola tudo acontece!
Muitos e muitos foram os estudos realizados na procura de uma resposta para esta pergunta tão complexa: _Será a classe social dos pais é influência direta no acesso e sucesso escolar dos filhos?
Poderia nomear vários estudos, mais ou menos recentes, que afirmam que as classes sociais, os estatutos económicos e os estudos académicos familiares assumem um grande peso em todo o processo de aprendizagem de um estudante. Múltiplos são os fatores que apoiam tal situação, ora senão, vejamos: os colégios privados, o acesso à cultura, as sessões de Explicações, o acesso informal ao conhecimento, etc, etc…. tudo situações que poderão facilitar o acesso e sucesso à aprendizagem e à construção académica!
Contudo, investigadores, apontam também a escola como um grande facilitador de ascensão social e económica, já que, a baixa escolaridade dos pais, nem sempre é sentença de insucesso escolar, ou de desinteresse pela formação!
Na minha opinião, algumas situações poderiam ser mudadas de forma a que condicionantes como esta se tornassem mais longe da realidade Portuguesa…
Que reflexões fazem sobre este assunto, tão sensível?
Deixem as vossas opiniões e testemunhos aqui nos comentário, para enriquecimento coletivo… Obrigada!
Muitos pais apresentam-se preocupados com a educação escolar ainda na pré-escola, desejando que ao frequentarem este ensino já muito seja ensinado às crianças sobre as letras, os números, etc… pois apresentam muitos receios de que a criança se atrase no desenvolvimento e na lógica da aprendizagem…
Sobre este assunto, muito se discute e muito já se investigou… na minha opinião, o melhor ensino que um pré escolar deve ter passa pelo despertar da imaginação e da criatividade, pelo gosto em descobrir e saber. Essa motivação está nas diversas brincadeiras preparadas pelas educadoras, pois, «na educação infantil a criança precisa e necessita de brincar, porque o brincar assume um papel importante na construção do conhecimento e no desenvolvimento infantil, levando a criança a explorar o mundo à sua volta, descobrir e compreender a si mesma e seus sentimentos» (In: A Página da Educação: 2003).
Nunca podemos esquecer que, foi necessário respeitar o tempo em que a criança começou a falar, ou seja, quando o cérebro se desenvolveu para tal atividade, o mesmo é necessário fazer para aprendizagens mais complexas, como o escrever ou o contar… até porque «experiências mostram que as crianças que chegam já alfabetizadas enfrentam problemas como cansaço, desmotivação, desinteresse, violência para com seus colegas e stress.» (In: A Página da Educação: 2003).
A sociedade deve, portanto, estar muito alerta para a necessidade do conceito Brincar, como momento de desenvolvimento cognitivo e emocional preponderante em determinados Estádios de Desenvolvimento.