Com um olhar pluridimensional, pretendo orientar educadores e estudantes neste caminho vivido tão intensamente... um caminho onde se ensina e se aprende em cada momento de vida...este é um convite para conversar sobre educação.
Com um olhar pluridimensional, pretendo orientar educadores e estudantes neste caminho vivido tão intensamente... um caminho onde se ensina e se aprende em cada momento de vida...este é um convite para conversar sobre educação.
Com o tempo e o convívio, as crianças e jovens desenvolvem laços mais próximos com quem convivem, demonstrando mais confiança e segurança para expor dúvidas e inseguranças. Contudo, manterão sempre a sua privacidade e independência em algumas situações.
Por vezes, optam apenas para contar algumas situações aos amigos, às vezes, apenas aos pais, outras vezes a outros adultos de confiança… e é muito bom que assim aconteça, porque o estudante sente que tem um leque de pessoas que o apoiam e ouvem com atenção, podendo solicitar conselhos a origens diferentes e ouvir experiências particulares.
Por tudo isto, muitas vezes, tenho o papel de confidente e apresento-me sempre disponível para escutar dúvidas e anseios. Outras vezes, não existe vontade de partilhar e eu também respeito isso, da mesma forma!
Ao longo do crescimento de uma criança, as distinções entre brinquedos, roupas e cores entre diferentes géneros (sexos) não fazem qualquer sentido… todas as crianças têm gostos próprios e particulares, influenciados pelo meio, mas também influenciados pelas suas particulares características e personalidade.
Portanto, não importa se brinca com um carrinho, ou com uma boneca, desde que, a criança consiga criar e imaginar brincadeiras felizes, e seja também capaz de partilhar e brincar em conjunto de forma alegre e empática.
Por isso, ao adulto cabe apenas um simples cuidado: avaliar se o brinquedo em questão está adequado à idade e à capacidade da criança e se, pode trazer alguma forma de perigo.
Na minha opinião, também não deve existir qualquer preocupação na escolha da roupa, por cores ou tendências, basta que a criança se sinta confortável com o que tem vestido e esteja adequado ao clima, para não ter frio ou calor em demasia. Os tecidos, os estampados, as cores, os padrões, podem também fazer parte do gosto da criança que, ao participar na seleção da mesma aprende a responsabilizar-se por escolhas e decisões, com naturalidade.
De forma geral, não me parece nada correto fazer e ensinar esta distinção de objetos por género … se a criança anda com uma bicicleta azul porque era a bicicleta do irmão, as famílias estão apenas e poupar recursos… se o menino adora ‘a cozinha da barbie’, certamente irá adorar receber esse presente e brincará bastante com ele…
Portanto, mais do que não fazer decisões por género, não ensine esses estereótipos, não diga que ‘…isso é de menino/a…’... quando ´…isso é apenas de criança…’ e se a faz feliz nada mais importa… para além disso, está a ensinar a criança a respeitar os gostos dos outros, sem críticas ou condenações…
Diálogo entre mim e uma criança do ensino Pré-escolar:
«_ Criança: Preciso do cor de pele.
_Eu: Podem ser muitas cores, todos nós temos cores de pele diferentes…»
A maioria da sociedade luta, diariamente, para combater a discriminação, a desigualdade e os estereótipos. Penso que, a melhor forma de alcançar este objetivo é educar as novas gerações para a inclusão, a solidariedade e para a liberdade com respeito pelos outros.
Assim sendo, desde a idade pré-escolar, as crianças devem ser confrontadas com a diferença numa educação e formação direcionada para um espírito crítico de respeito e aceitação do outro, como diferente na sua condição e opinião, mas igual no direito e na dignidade.
É imprescindível ensinar que a discriminação e a crítica racial ou social são erradas, é necessário explicar que existem crianças com tons de pele diferentes, com necessidades especiais e com ideias diferentes e, acima de tudo, que o normal é sermos todos diferentes logo, é preciso aceitar e respeitar o outro, tal como é!
Podemos realizar com estas crianças, mais pequenas, vários jogos de inclusão, para que melhor interiorizem e aprendam.
No próximo Post deixarei sugestões de alguns atividades que poderão ser trabalhadas com vista à educação para a Inclusão.
O desejo da família para com as crianças que crescem, como sabemos, não se prendem apenas com o alcance de bons resultados escolares. O desenvolvimento social e emocional é também um bom indício de uma criança ou jovem saudável e feliz.
Hoje escrevo sobre o conceito de Habilidades Sociais, ou seja, comportamentos e capacidades dos indivíduos (crianças ou adultos) em conseguirem adaptar-se de uma forma feliz à vida em sociedade.
Para o autor Caballo, as Habilidades Sociais são «um conjunto de comportamentos emitidos por um indivíduo em um contexto interpessoal que expressa sentimentos, atitudes, desejos, opiniões ou direitos desse indivíduo de modo adequado à situação, respeitando esses comportamentos nos demais, e que geralmente resolve os problemas imediatos da situação enquanto minimizando a probabilidade de futuros problemas» (2006).
Para ajudar a refletir um pouco mais sobre este tema, deixo, em anexo, uma tabela simples, que poderá orientar as competências e capacidades que devem ser promovidas nas criança, para as ajudar no desenvolvimento destas habilidades sociais.