Com um olhar pluridimensional, pretendo orientar educadores e estudantes neste caminho vivido tão intensamente... um caminho onde se ensina e se aprende em cada momento de vida...este é um convite para conversar sobre educação.
Com um olhar pluridimensional, pretendo orientar educadores e estudantes neste caminho vivido tão intensamente... um caminho onde se ensina e se aprende em cada momento de vida...este é um convite para conversar sobre educação.
No início deste ano letivo fomos confrontados pelas notícias de TV, jornais e revistas, que o Ministério da Educação Português deixava orientações para uma restrição do uso dos telemóveis nas escolas… pois estudos indicavam que estes equipamentos constrangem o processo de aprendizagem!
Eu estive atenta às notícias, não recebi a notícia apenas agora, mas preferi não escrever sobre o assunto, porque queria perceber na realidade, através dos estudantes com quem contacto, como isto se iria desenvolver na prática.
Entretanto, já se passaram muitos dias de aulas e já conversei com vários alunos, aqui desta zona onde vivo, sobre o assunto.
Pelo que percebi, as escolas públicas não apresentaram nenhuma novidade sobre o tema, nem informaram os encarregados de educação de qualquer medida proibitiva, ou mesmo orientadora, relativamente a estes equipamentos.
Nos colégios privados, o uso de computadores ou tablet’s é uma realidade em sala de aula, embora os telemóveis estejam proibidos em todo o recinto escolar, mas esta medida já acontece há anos, sem que tenha surgido alguma novidade!
De facto, não me parece que o impacto de tais orientações tenham chegado fortemente às escolas locais… no entanto, deixo a questão aos leitores, que poderão espelhar e relatar outras realidades!!???
A minha opinião
Claro que, relativamente ao assunto tenho uma opinião concreta e particular que posso aqui partilhar, por ser pertinente o acrescento!
Para mim, não podem ser as escolas a educar para questões tão particulares como esta: o tempo de utilização de tais equipamentos tem de ser gerido em casa, na família!
É fundamental que a família saiba quantas horas o estudante passa com o telemóvel e aquilo que faz nele… sendo que, para além disso terão obrigatoriamente de ser exemplo…
Se o pai/mãe estão ao telemóvel constantemente, claro que a criança também o deseja, é demasiado evidente!
No entanto, não quero com isto dizer que a escola não deva ter uma palavra a dizer sobre o uso de telemóvel no seu recinto!
Obviamente que os telemóveis não são necessários para dentro da sala de aula, nem para os recreios e zonas de convívio!
A pergunta dos pais é sempre a mesma: _ e se o meu filho precisa de me ligar? _ Para mim, um hábito desnecessário e que retira o aprender a ser responsável… a criança tem de se habituar a não ligar para os pais sempre que surge uma nova situação, ou um pequeno problema!
Sendo que, em situações sérias, é a própria escola a ligar com a família… era assim no meu tempo de escola e no vosso tempo de escola também… certo?
Claro que, quando converso com os estudantes sobre o assunto, nenhum deseja ter de deixar o telemóvel em casa, até porque muitos adolescentes têm grande dependência destes equipamentos, sem terem a mínima noção do quanto os prejudica…
Vivemos numa sociedade em que a competição é algo comum e diário. Cedo, as crianças aprendem a competir, pelas melhores avaliações, pelos lugares de destaque, pelos elogios e valorizações. E esta competição permanecerá ao longo da vida, vai ser exigida pela profissão, pela família, pela sociedade… estas competições trarão lucros e ganhos, contribuem para a felicidade procurada nos dias de hoje, pela grande maioria da população.
Mas será que conseguimos educar para uma competição saudável? Será que conseguimos fazer uma boa mediação: entre o ensinar a competir e o respeitar das diferenças? Será fácil encontrar estes pontos de equilíbrio, para nós mesmos e para transmiti-los a quem cresce?
A sociedade atual faz, aos educadores, uma exigência brutal sobre este assunto, diariamente as famílias têm de ensinar a realizar uma competição saudável, ao mesmo tempo que têm de ensinar valores fundamentais, como respeito, solidariedade, partilha, ética, moral…
Então, a pergunta base será esta: como pode uma família fazer a educação da melhor forma? Que contributos poderá dar a escola neste assunto? Não, não existe uma solução concreta, milagrosa, ou definida… deve é existir uma reflexão e ponderação constante a cada decisão, a cada atitude… a cada valor que se ensina. As famílias devem pensar constantemente sobre aquilo que querem transmitir, com diálogo e exemplo… só com muita ponderação e sensatez se poderá Educar… assim, com amor e sem livro de instruções!
Nas fichas de avaliação e fichas de trabalho escolar, por vezes, a dificuldade em entender o que é pedido pode ser a maior dificuldade para se ser bem sucedido no resultado.
Tantas vezes os alunos estudaram bastante para a ficha, até se sentem preparados e confiantes porque consideram que assimilaram e compreenderam toda a matéria mas, quando começam a fazer a ficha sentem muita dificuldade em perceber o que significa a pergunta e o que devem responder em cada questão.
Depois, no momento da correção da ficha é que compreendem que deveriam ter respondido de outra forma porque fizeram uma interpretação errada de muitas questões.
Nesta situação, os estudantes não devem ter receio de, em plena ficha, solicitar ajuda ao professor, se não compreendem uma palavra, ou se estão com dúvidas sobre algo… sempre que o professor não puder ajudar ele próprio irá referir isso e orientará apenas no que for possível.
De uma forma geral, sempre que tens as seguintes palavras deves responder assim:
Nos primeiros anos escolares existem as crianças que contam muitas coisas sobre como foi o seu dia na escola e existem outras crianças que não têm essa espontaneidade. As mais reservadas, por vezes, são fonte de preocupação para a família, porque ficam com receio de que algo possa não estar a decorrer da melhor forma, porque desconhecem anseios, medos ou ficam com dúvidas sobre o comportamento escolar.
Para as famílias que pretendam ajudar as suas crianças a conversarem mais, a exporem mais ideias, sentimentos e opiniões, aqui ficam sugestões de inícios de diálogos que levam as crianças a exprimirem-se, como mais do que um simples ‘sim’ ou ‘não’.
Tenha o cuidado de reservar uma parte do final do dia para estas conversas, mostrando-se totalmente disponível e empenhado/a em escutar atentamente o que a criança tem a dizer!
Coloque questões como:
Hoje o meu dia correu/não correu muito bem, porque ….. O teu dia foi melhor que o meu? (Para que lhe conte como correu o dia)
O teu melhor amigo/a é muito …(característica simples), tens mais amigos assim? (Para que converse um pouco sobre as amizades)
A/O tua professora manda sempre TPC’s, nunca se esquece! Parece-me ser muito organizado, o que achas? (para falar sobre os professores)
Vi que o teu almoço era arroz com frango! Estava bom? (invente a pergunta para o levar a explicar mais sobre a alimentação da escola)
E se fizéssemos um lanche, no fim de semana, para os teus amigos? Quem querias convidar? (Para perceber como está o processo de sociabilização e para incentivar nesse sentido)
Quando tinha a tua idade adorava jogar ao elástico (escolha jogo)… Também jogam esse jogo, ou outros? Ensinas-me? (Para melhorar a capacidade de sistematização e de reprodução de ideias)
No outro dia encontrei a Auxiliar …(nome) ela disse-me que andas um bocado distraído na escola! Porquê? (Para uma autoavaliação do comportamento)
Por aí, que questões funcionam??? Têm mais, para além destas?
Cada vez mais a sociedade convida a que crianças e jovens tenham variados desafios, serem os melhores na escola, praticarem variadas atividades e passarem grande parte do tempo a estudar. Por entre as exigências destes horários, que tempo restará para que as crianças decidam, reflitam, manifestem os seus gostos e desejos?
Os vossos estudantes vão a pé comprar pão? Decidem qual a roupa a vestir? Responsabilizam-se por tarefas domésticas? Definem horas de estudo? Sabem como estudar e o que estudar? Considera que ele já tem idade para tomar algumas decisões?
Estas são apenas algumas das questões que me ocorrem e que me parecem pertinentes para auxiliar a reflexão deste tema: Autonomia.
A autonomia é um processo relacionado com o desenvolvimento emocional e caracteriza-se pela construção e consciência do seu próprio EU (self). O desenvolvimento desta complexa competência irá permitir que a criança/jovem consiga realizar escolhas conscientes e sensatas, ter preferências, decidir, apontar critérios e reflexões para as suas escolhas e desejos.
Poderemos auxiliar neste desenvolvimento autónomo? Algumas dicas no próximo Post!