Com um olhar pluridimensional, pretendo orientar educadores e estudantes neste caminho vivido tão intensamente... um caminho onde se ensina e se aprende em cada momento de vida...este é um convite para conversar sobre educação.
Com um olhar pluridimensional, pretendo orientar educadores e estudantes neste caminho vivido tão intensamente... um caminho onde se ensina e se aprende em cada momento de vida...este é um convite para conversar sobre educação.
Haverá tema mais controverso sobre educação e escola do que refletir sobre retenções escolares? Na minha opinião, poucos temas são, de facto, tão controversos como este.
Existe quem defenda que os estudantes não devem ficar retidos em nenhum ano escolar, pois cada aluno tem o seu ritmo e não aprendem todos ao mesmo ritmo nem no mesmo momento, não podemos ensinar de forma igual, pessoas diferentes… a ritmos iguais.. crianças com ritmos diferentes…
Existe quem defenda que, as aprendizagens de cada ano letivo devem ficar bem consolidadas, pois estão encadeadas e, perdendo as etapas de ensino, torna-se cada vez mais difícil entender a complexidade crescente das matérias escolares lecionadas, para isso surge a retenção!
Hoje, venho centrar esta reflexão no contexto de 1º ciclo (entre o 1º e o 4º ano de escolaridade). Estes primeiros anos de aprendizagem são, para mim essenciais, aprender a ler, escrever, contar… tornam-se a base e sustento de todos os outros conhecimentos que serão adquiridos em anos posteriores.
Portanto, neste sentido, nem sempre poderá ser produtivo que uma criança siga para o ano letivo seguinte se apresenta muitas dificuldades na aquisição de conhecimentos básicos, que exigem níveis de abstração para os quais ela ainda não tem capacidade.
Na minha opinião, atrasar um ano letivo, não prejudica em nada o desenvolvimento da criança, permite-lhe apenas que os tempos e as aprendizagens sejam adaptadas e apropriadas ao seu ritmo cognitivo e de desenvolvimento, respeitando-se o crescimento de cada ser, de forma individual. Em anos seguintes o estudante poderá já manter o mesmo ritmo de aprendizagem dos colegas e esta situação poderá nunca mais se repetir… ficar retido um ano letivo não deve, de todo, trazer estigma para o estudante, nem para a família, nem para a comunidade escolar!
E enquadro este assunto da retenção escolar, com a mesma naturalidade e lógica das crianças – sobredotadas - que são inseridas em anos superiores à sua idade, para melhor adaptarem o seu nível de desenvolvimento.
Como escrevi anteriormente, assumo que este é um tema controverso e sensível, pelo que aceito opiniões e ideias diferentes das que aqui partilho! Terei todo o gosto em ler o que quiserem partilhar, de forma pertinente, nos comentários sobre este assunto.
De uma forma muito básica, pela legislação, alunos com três negativas, incluído nelas a disciplina de Português e Matemática, não deveriam concluir o ano escolar, ficariam retidos. No entanto, muitos são os comentários nas redes sociais e entre os alunos também, a referirem com protesto que existe quem tenha concluído o ano letivo com estas negativas ou mais ainda!
Assumo que, cada caso é especial e as facilidades têm, na maioria dos casos, um motivo e justificação específico e que, como desconheço, não posso opinar como válido ou não.
Mas, penso que, apesar disso… e num blogue pessoal… posso deixar a minha opinião sobre o tema e também ler a opinião dos meus leitores.
Este assunto torna-se, para mim, uma inquietude, por duas razões:
1º - Pelo que converso com os estudantes, eles assumem isto como um desrespeito e uma injustiça perante o esforço e empenho que tiveram, ao longo de todo o ano letivo;
2º - Porque deveriam existir outras formas de apoiarem estes alunos, que certamente precisam de ajuda, ao longo de todo o ano, como várias estratégias concertadas entre vários profissionais de ensino, facilitar nunca será o melhor caminho de desenvolvimento e aprendizagem…
Para mim, o facilitismo em nada permite que um estudante se desenvolva e se prepare para o mundo social e profissional que irá encontrar futuramente, quando se fizer jovem e adulto.
Lerei as vossas opiniões, sobre este assunto, com a maior das atenções!
Por vezes os estudantes apresentam várias notas negativas, a três, quatro ou mais disciplinas, deixando família e professores angustiados e em procura incessante das causas para tal situação.
Não posso, aqui, referir este número infinito, poderei apenas acenar algumas das causas do insucesso escolar:
Desinteresse permanente pelo ensino/aprendizagem;
Não compreensão do sentido da escola;
Indisciplina e não aceitação das metodologias escolares;
Atrasos no desenvolvimento cognitivo;
Instabilidade em idades como a adolescência;
Problemas pessoais, familiares ou sociais;
Situações relativas à saúde, temporal ou permanente;
Origem social.
Em termos gerais, estas e outras causas trazem algumas consequências nucleares:
Abandono escolar, muitas vezes antes do final do ensino obrigatório (atualmente 12ºano);
Sucessivas reprovações devido às negativas em várias disciplinas;
O desinteresse pelo ensino superior.
Neste sentido, a procura de respostas ao insucesso escolar torna-se urgente e deve envolver toda a comunidade educativa, num trabalho contínuo e de interesse constante… No próximo post deixarei algumas propostas de ação…
Estudante: _Tenho negativa a Português, Matemática e Geografia…
Eu: _ Podes não passar de ano se não subires essas notas! Sabes disso?!
Estudante: _ Sim… Queria subir a Português… a Matemática sei que não consigo…
Eu:_ Para isso tens de estudar e tirar uma boa nota no exame nacional!
Estudante: _ Pois… eu sei!»
No tempo em que a escolaridade obrigatória não passava sequer da 4ª classe, o conceito insucesso escolar era apenas um vislumbre sobre a incapacidade de aprendizagem, apenas justificada pela incapacidade intelectual, que a maioria da sociedade pouco valorizava. Atualmente a realidade não poderia ser mais diferente e falar de insucesso escolar é procurar perguntas e respostas complexas e é culpabilizar toda uma sociedade educativa por tal problema.
Hoje, a escola preocupa-se com o insucesso escolar, os pais preocupam-se com os baixos resultados e o governo preocupa-se com as taxa de escolaridade da sua população.
Contudo, este tema torna-se profundamente complexo pois, identificar e causas do insucesso escolar é redigir um número infinito de alíneas que exigem um, ainda maior, número de respostas. Nos posts seguintes pretendo dar seguimento a estas reflexões…