Com um olhar pluridimensional, pretendo orientar educadores e estudantes neste caminho vivido tão intensamente... um caminho onde se ensina e se aprende em cada momento de vida...este é um convite para conversar sobre educação.
Com um olhar pluridimensional, pretendo orientar educadores e estudantes neste caminho vivido tão intensamente... um caminho onde se ensina e se aprende em cada momento de vida...este é um convite para conversar sobre educação.
Já há muitos anos que me dedico a apoiar estudantes, neste processo de ensino- aprendizagem, já conto com mais ou menos vinte anos de convívio constante com as mais variadas idades, em vários projetos educativos.
Ao longo deste tempo tenho acompanhado várias mudanças sociais e culturais em crianças e jovens. Partilho aqui algumas delas, talvez concordem ou discordem da minha opinião… talvez tenham algo mais a acrescentar, o que se torna, enriquecedor para todos nós. Contudo, refletir em conjunto é tentar concretizar a melhor educação possível, nesta sociedade em constante mudança.
Aqui ficam algumas mudanças que perceciono:
O bullying agora é mais ciberbullying;
Os jovens usam mais cedo comprimidos para atenuar a ansiedade e vitaminas para apoiar na memorização;
Ter um telemóvel acontece já no 1º ciclo;
O acesso à internet livre e individual permite a visualização de cenários, antes da idade recomendada;
O cálculo das médias e as avaliações, no secundário, é quase uma obsessão;
A escolha da roupa é centrada nas marcas e nas redes sociais;
Existe um gosto maior pela popularidade e não tanto pelas amizades sinceras;
A curiosidade pela sexualidade começa, cada vez mais cedo, e sem a educação certa;
A grande maioria dos adolescentes está viciado no telemóvel, sem que a sociedade intervenha em ações concertadas….
Embora seja do desconhecimento de muitas pessoas, todas as escolas partilham um documento em comum chamado: O Perfil do Aluno, este documento define os requisitos mais importantes que o aluno deve desenvolver no seu percurso académico, de acordo com o ano de escolaridade.
Neste Perfil do Aluno, está previsto uma educação direcionada para a Autonomia, Responsabilidade e Criatividade, algo considerado basilar para uma vida futura com êxito e feliz, seja a nível pessoal como profissional.
Assim sendo, a escola deverá ser capaz de desenvolver, no aluno, a capacidade de aprendizagem e de adaptação, assim como as competências para o despertar através de uma motivação autónoma de procura de conhecimento.
Este documento, com valores importantes e basilares é apontado por muitos como controverso, por várias razões, posso enumerar algumas: a possível promoção de um facilitismo por ser avesso às retenções escolares; muito intencional e pouco prático, devido à falta de recursos pessoais e financeiros; a atribuição de avaliações desiguais, onde quem se esforça menos obtém o mesmo valor de quem mais se esforçou… etc!
Com este Post não venho demonstrar posição até porque, como sabem, não trabalho dentro dos muros escolares, venho apenas abrir o assunto à reflexão e à troca de opiniões!
Para além do privilégio de pertencer a este grupo de bloggers da Sapo, que muito acrescentam em escrita, vida e criatividade! Volta e meia, surge um miminho como este, um livro escrito por dedos que também teclam… este último de nome: ‘O fim dos Baltasares’, escrito por João-Afonso Machado é uma pequena maravilha.
O João-Afonso escreve bem, aprofunda as palavras e preenche-as de leves metáforas. O livro não é de leitura leve nem fluída, é complexo, denso e exige pensamento aprofundado, no enredo e no vocabulário!
«A morte é o diálogo constante de cada um consigo…(p.15)» assim é este livro: um caminho para o desaparecimento, ou um diálogo sobre caminhos?
Aconselho a leitura, agradeço imenso ao João, pela partilha desta escrita e guardo a esperança de ainda ler novos livros deste autor!
No início deste ano letivo fomos confrontados pelas notícias de TV, jornais e revistas, que o Ministério da Educação Português deixava orientações para uma restrição do uso dos telemóveis nas escolas… pois estudos indicavam que estes equipamentos constrangem o processo de aprendizagem!
Eu estive atenta às notícias, não recebi a notícia apenas agora, mas preferi não escrever sobre o assunto, porque queria perceber na realidade, através dos estudantes com quem contacto, como isto se iria desenvolver na prática.
Entretanto, já se passaram muitos dias de aulas e já conversei com vários alunos, aqui desta zona onde vivo, sobre o assunto.
Pelo que percebi, as escolas públicas não apresentaram nenhuma novidade sobre o tema, nem informaram os encarregados de educação de qualquer medida proibitiva, ou mesmo orientadora, relativamente a estes equipamentos.
Nos colégios privados, o uso de computadores ou tablet’s é uma realidade em sala de aula, embora os telemóveis estejam proibidos em todo o recinto escolar, mas esta medida já acontece há anos, sem que tenha surgido alguma novidade!
De facto, não me parece que o impacto de tais orientações tenham chegado fortemente às escolas locais… no entanto, deixo a questão aos leitores, que poderão espelhar e relatar outras realidades!!???
A minha opinião
Claro que, relativamente ao assunto tenho uma opinião concreta e particular que posso aqui partilhar, por ser pertinente o acrescento!
Para mim, não podem ser as escolas a educar para questões tão particulares como esta: o tempo de utilização de tais equipamentos tem de ser gerido em casa, na família!
É fundamental que a família saiba quantas horas o estudante passa com o telemóvel e aquilo que faz nele… sendo que, para além disso terão obrigatoriamente de ser exemplo…
Se o pai/mãe estão ao telemóvel constantemente, claro que a criança também o deseja, é demasiado evidente!
No entanto, não quero com isto dizer que a escola não deva ter uma palavra a dizer sobre o uso de telemóvel no seu recinto!
Obviamente que os telemóveis não são necessários para dentro da sala de aula, nem para os recreios e zonas de convívio!
A pergunta dos pais é sempre a mesma: _ e se o meu filho precisa de me ligar? _ Para mim, um hábito desnecessário e que retira o aprender a ser responsável… a criança tem de se habituar a não ligar para os pais sempre que surge uma nova situação, ou um pequeno problema!
Sendo que, em situações sérias, é a própria escola a ligar com a família… era assim no meu tempo de escola e no vosso tempo de escola também… certo?
Claro que, quando converso com os estudantes sobre o assunto, nenhum deseja ter de deixar o telemóvel em casa, até porque muitos adolescentes têm grande dependência destes equipamentos, sem terem a mínima noção do quanto os prejudica…