Com um olhar pluridimensional, pretendo orientar educadores e estudantes neste caminho vivido tão intensamente... um caminho onde se ensina e se aprende em cada momento de vida...este é um convite para conversar sobre educação.
Com um olhar pluridimensional, pretendo orientar educadores e estudantes neste caminho vivido tão intensamente... um caminho onde se ensina e se aprende em cada momento de vida...este é um convite para conversar sobre educação.
Vivemos numa sociedade em que a competição é algo comum e diário. Cedo, as crianças aprendem a competir, pelas melhores avaliações, pelos lugares de destaque, pelos elogios e valorizações. E esta competição permanecerá ao longo da vida, vai ser exigida pela profissão, pela família, pela sociedade… estas competições trarão lucros e ganhos, contribuem para a felicidade procurada nos dias de hoje, pela grande maioria da população.
Mas será que conseguimos educar para uma competição saudável? Será que conseguimos fazer uma boa mediação: entre o ensinar a competir e o respeitar das diferenças? Será fácil encontrar estes pontos de equilíbrio, para nós mesmos e para transmiti-los a quem cresce?
A sociedade atual faz, aos educadores, uma exigência brutal sobre este assunto, diariamente as famílias têm de ensinar a realizar uma competição saudável, ao mesmo tempo que têm de ensinar valores fundamentais, como respeito, solidariedade, partilha, ética, moral…
Então, a pergunta base será esta: como pode uma família fazer a educação da melhor forma? Que contributos poderá dar a escola neste assunto? Não, não existe uma solução concreta, milagrosa, ou definida… deve é existir uma reflexão e ponderação constante a cada decisão, a cada atitude… a cada valor que se ensina. As famílias devem pensar constantemente sobre aquilo que querem transmitir, com diálogo e exemplo… só com muita ponderação e sensatez se poderá Educar… assim, com amor e sem livro de instruções!
Tal como prometido, volto a escrever sobre as controversas Provas de Aferição que, este ano letivo, foram realizadas em formato digital, numa tentativa de ‘desmaterializar’ estas formas de avaliar as aprendizagens dos alunos, em alguns anos escolares (2º, 5º e 8º anos). As provas decorreram entre 2 maio e 20 de junho. Os resultados e relatórios serão divulgados até ao início do próximo ano letivo (2023/2024).
Pelo que percebi, os problemas técnicos foram vários, a instalação da aplicação não era assim tão fácil… o sistema falhou várias vezes, o que levou os alunos a momentos de muito nervosismo.
Em termos práticos, as respostas não serão todas corrigidas automaticamente, já que a avaliação exige ponderação e análise, por parte dos professores… se o objetivo era retirar trabalho aos professores, avaliar em formato digital… na minha opinião… é bem mais cansativo!
Se para os mais crescidos do 5º e 8º ano, a prática de utilização de computadores é mais intuitiva, até porque todos tiveram aulas de TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação), no entanto, a prova de matemática exigia a realização de cálculos, outro desafio acrescido que levou a um pré-momento de formação… mesmo assim, pelo que percebi nem todos os alunos aprenderam o correto uso desses símbolos…
Já para os mais pequenos, (2º ano) que ainda estão a aprender a escrever de forma manual, os problemas foram diferentes. Muitas escolas fizeram greve e os professores manifestaram assim o seu descontentamento político e a discordância com estas provas, sendo que é neste ano escolar que se demonstra maior descontentamento pela realização das mesmas, em suporte digital…
Na minha opinião, embora estas provas tenham por objetivo aferir as aprendizagens escolares, não irão espelhar nenhuma realidade, porque os alunos não se empenharam minimamente, como disse um aluno: «uns colegas meus acabaram a prova 1h antes do tempo previsto…»
Para além disso, é de lembrar que os alunos mais pequenos desenvolvem mais ansiedade por estarem a realizar uma prova em sistema informático, o que também influencia o seu desempenho e os resultados!!!
Famílias, alunos, professores, explicadores, (…) sintam-se todos/as convidados a acrescentar informação e opinião a este tema tão novo e tão controverso!
As datas das Provas de Aferição para os 2º, 5º e 8º anos foram alteradas, com o objetivo de tornar mais fácil a sua realização no formato digital, ou seja, todos os alunos irão realizar estas Provas num computador, supostamente cedido pelo seu Agrupamento Escolar.
Pela primeira vez, no sistema escolar Português, trabalha-se para um novo conceito de ‘desmaterialização da avaliação externa’, pondo-se fim às folhas de exame e às canetas.
Com este artigo, não venho apenas alertar para a alteração do calendário. Venho também partilhar a reflexão que nasce em torno deste assunto: estamos a propor que crianças de 2º ano utilizem um computador, escrevam nele, de forma correta… com, ou sem, apoio do corretor de texto do equipamento??!!! Foi a primeira dúvida que me ‘assaltou’ a mente, confesso!
Com esta alteração, torna-se imperativo que as crianças saibam das matérias que serão avaliadas e também de TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação), para conseguirem ser avaliados de forma correta.
Será que esta é mesmo uma medida importante e necessária? A minha opinião e experiência acerca dos manuais digitais não é boa, o que me deixa muito reticente quanto a tudo isto…
Portanto, são imensas as dúvidas que surgem, é facto… mas não querendo mostrar-me já, completamente avessa à mudança, terei de esperar pela concretização das mesmas, para conseguir realizar uma análise mais ponderada!
Irei também aguardar as vossas partilhas e perceber na prática como tudo irá funcionar! Certamente, voltarei a contar novidades sobre este assunto, lá para o final do ano letivo!
Haverá tema mais controverso sobre educação e escola do que refletir sobre retenções escolares? Na minha opinião, poucos temas são, de facto, tão controversos como este.
Existe quem defenda que os estudantes não devem ficar retidos em nenhum ano escolar, pois cada aluno tem o seu ritmo e não aprendem todos ao mesmo ritmo nem no mesmo momento, não podemos ensinar de forma igual, pessoas diferentes… a ritmos iguais.. crianças com ritmos diferentes…
Existe quem defenda que, as aprendizagens de cada ano letivo devem ficar bem consolidadas, pois estão encadeadas e, perdendo as etapas de ensino, torna-se cada vez mais difícil entender a complexidade crescente das matérias escolares lecionadas, para isso surge a retenção!
Hoje, venho centrar esta reflexão no contexto de 1º ciclo (entre o 1º e o 4º ano de escolaridade). Estes primeiros anos de aprendizagem são, para mim essenciais, aprender a ler, escrever, contar… tornam-se a base e sustento de todos os outros conhecimentos que serão adquiridos em anos posteriores.
Portanto, neste sentido, nem sempre poderá ser produtivo que uma criança siga para o ano letivo seguinte se apresenta muitas dificuldades na aquisição de conhecimentos básicos, que exigem níveis de abstração para os quais ela ainda não tem capacidade.
Na minha opinião, atrasar um ano letivo, não prejudica em nada o desenvolvimento da criança, permite-lhe apenas que os tempos e as aprendizagens sejam adaptadas e apropriadas ao seu ritmo cognitivo e de desenvolvimento, respeitando-se o crescimento de cada ser, de forma individual. Em anos seguintes o estudante poderá já manter o mesmo ritmo de aprendizagem dos colegas e esta situação poderá nunca mais se repetir… ficar retido um ano letivo não deve, de todo, trazer estigma para o estudante, nem para a família, nem para a comunidade escolar!
E enquadro este assunto da retenção escolar, com a mesma naturalidade e lógica das crianças – sobredotadas - que são inseridas em anos superiores à sua idade, para melhor adaptarem o seu nível de desenvolvimento.
Como escrevi anteriormente, assumo que este é um tema controverso e sensível, pelo que aceito opiniões e ideias diferentes das que aqui partilho! Terei todo o gosto em ler o que quiserem partilhar, de forma pertinente, nos comentários sobre este assunto.
Proponho a troca de opiniões sobre este tema: manuais digitais, porque a minha opinião não é nada favorável, depois de alguns anos de experiência, em apoio ao estudo a alunos que utilizam esta versão!! Assim, a troca de ideias, talvez me motive um novo olhar…
Para contextualizar: algumas escolas optam por facultar um computador a cada um dos seus alunos, com senhas de acesso às duas plataformas de manuais escolares: a Leya e a Porto Editora. Assim, os alunos encontram os seus manuais em formato digital, ‘saltando’ de plataforma em plataforma, de acordo com o manual necessário… por exemplo, se o manual de matemática é da Porto Editora, o manual de História já poderá ser da Leya!
As plataformas são diferentes, nos programas adicionais de estudo que oferecem e na forma de utilização, por entre cliques e modos técnicos!
Confusos??? Na prática não é muito mais simples…
Seja qual for a plataforma, os alunos precisam de consultar os manuais para estudar e para fazer exercícios. Como é óbvio não pode haver um post’it a identificar nenhuma matéria, nenhuma nota escrita pessoalmente, muito menos um sublinhar… nem no manual, nem no caderno de atividades.
Eu pessoalmente, gosto de abrir vários livros em simultâneo, par ajudar ao estudo, por exemplo, se o aluno está a fazer um exercício do caderno de atividades, o manual deve estar aberto na mesma matéria, junto com o caderno diário, para consulta… mas, não é possível… ou se abre o manual, ou se abre o caderno de atividades…
E para resolver a situação? Ora fecha um, ora abre outro, ora clica páginas à frente/atrás, ora clica para descer/subir, ora já passou a página, sem querer… (quem usa diariamente, sabe bem do que falo)…
E isto, porquê? Pois bem… se vemos a página inteira do livro, não se consegue ler… se fazemos zoom lemos a pergunta mas já não vemos a imagem a que corresponde… ora sobe, ora desce….ora já passou a página, sem querer…
Como a exemplificação já vai extensa, não me alongo mais nesta saga!!Já perceberem perfeitamente que não concordo com esta forma digital, porque não existe melhor forma de estudar do que com os manuais escolares físicos!!
Nem vou debater sobre o mal que faz às crianças e jovens passarem horas e horas em frente a ecrãs… andamos a pedir-lhes para moderarem esses tempos e colocamos todo o estudo ali… em frente a um computador!?!?