Com um olhar pluridimensional, pretendo orientar educadores e estudantes neste caminho vivido tão intensamente... um caminho onde se ensina e se aprende em cada momento de vida...este é um convite para conversar sobre educação.
Com um olhar pluridimensional, pretendo orientar educadores e estudantes neste caminho vivido tão intensamente... um caminho onde se ensina e se aprende em cada momento de vida...este é um convite para conversar sobre educação.
Escrevo principalmente com o objetivo de apoiar os alunos, famílias e professores nas suas vidas escolares, procurando colaborar para melhores resultados escolares e melhores momentos de estudo. Isto pode levar os leitores a considerarem-me uma completa defensora do ensino formal, tal e qual como ele se apresenta, nos dias de hoje.
Mas, isso não é de todo verdade! Considero o ensino atual completamente obsoleto no que se refere a prepara o ser humano para uma sociedade livre, crítica e reflexiva. O ensino, em Portugal, sente falta de uma verdadeira reforma, há décadas, pois continua e preparar os seus alunos para um mercado de trabalho, até ele completamente desatualizado.
Para além disso, a escola deveria formar pessoas capazes de estruturar a sua vida nos mais diversos fatores, sensibilizando-se para uma consciência política, ambiental, solidária, crítica e criativa… a escola não deveria apenas procurar formar/formatar os seus alunos para mercados de trabalho técnicos e práticos, esquecendo-se de ensinar para o empreendedorismo e para a autonomia.
Com isto não estou a apontar dedos, nem para os professores, nem para as famílias… Na minha opinião, tudo isto passa por uma sensibilidade política, económica e social, que exige enormes mudanças de paradigma escolar, exige um investimento financeiro significativo, grupos idóneos de avaliação constante, a implementação de projetos inovadores e a inclusão de diferentes profissionais em todo este processo, como é o exemplo das Ciências da Educação que continuam fora dos recintos escolares.
Neste sentido, procuro apoiar os estudantes em todo o seu processo escolar, embora não concorde com a estruturação conceptual da escola. Mas, já que estes alunos, tal como eu, têm de assumir este compromisso, como o melhor caminho para o sucesso pessoal e profissional, estarei aqui para contribuir o melhor que sei e consigo, nesta difícil e árdua caminhada. Porque, se esse é o caminho, vamos fazê-lo da melhor forma possível.
Não posso deixar de afirmar que, também podem contar comigo quando pretenderem fazer melhor e diferente, gostaria imenso de participar na construção de um processo formativo mais ajustado de Pensar a Escola com outras perspetivas!
Já me cruzei com milhares de estudantes, das mais variadas idades, ao longo de todos estes anos de vida e trabalho… e todos são diferentes, até na forma como aproveitam as férias é algo diferente.
Existem aqueles que nunca saíram do país, em lazer, mas que viajam muito no seu país;
Existem aqueles que viajam imenso, dentro e fora do país;
Existam também os que muito raramente viajam, mesmo nas férias mais longas;
Claro, que isto está diretamente ligado às condições económicas e sociais das suas famílias, raramente é apenas uma questão de opção. Mas nada disto me preocuparia se, viajar dentro ou fora do país não trouxesse realmente francas aprendizagens, principalmente, a partir da adolescência, quando estes já são capazes de guardar na memória as experiências completas que daí advêm…
Estas aprendizagens são importantes para a vida, não apenas de forma pessoal. Podem trazer outros saberes a serem considerados até no momento de fazer uma ficha de avaliação, ou um trabalho escolar… são saberes que fazem crescer, desenvolver, conhecer… e que infelizmente, nem todas as famílias podem proporcionar, embora exista imensa vontade…
Mas esta não me parece ser a única forma de desigualdade, em tempos de férias. Por exemplo, nos primeiros anos em que se aprende a ler e a escrever… as famílias que não proporcionam momentos de leitura e escrita, que não relembram estas aprendizagens formais, ou que não oferecem um lugar de estudo, mesmo que sejam apenas umas horas semanais. Facilitam o esquecer de tais competências, porque são dois a três meses sem a prática que estas aprendizagens exigem. É certo que as crianças precisam de descansar e de brincar, mas tanto tempo longe de livros e cadernos pode ser prejudicial.
Por estas razões, faz sentido concluir que as férias podem contribuir para as desigualdades de aprendizagem…. Concordam???
Verdade é que, a escola é a base das aprendizagens cognitivas e também sociais. É um lugar de estadia prolongada que apoio o desenvolvimento, para além da família.
Certo é, também que, a escola deveria ter acompanhado mais e melhor o processo evolutivo da sociedade e se adaptado às novas necessidades de um mundo em constante mudança.
Muito deveria ser pensado para melhorar todo o contexto escolar. Mas, mesmo assim, esta instituição continua a ser a primeira sede do conhecimento e, por conseguinte, funciona como elevador social por excelência, apoiando a conquista de saberes como caminho para uma conquista por meritocracia.
Continuo a sonhar com uma escola melhor e melhorada, continuo a lhe reconhecer o maior mérito e a melhor caminho para transformar sonhos em realidades e ainda não perdi a esperança de que muito de bom aconteça para tais mudanças!
Sempre surgiu em conversa a vida nas escolas… agora tornou-se o assunto do momento, porque os média tornam-no evidente, até muito motivados pela mini série do momento, que já aqui escrevi. Mas estes são assuntos que há muito converso e reflito com adolescentes e jovens!
Pelas conversas e convívio, ao longo de anos, denoto que a escola é um outro mundo na vida de quem cresce, um mundo afastado da família, um mundo onde existe solidão e onde estes adolescentes se sentem ‘entregues aos leões’…
Refiro que esta série me faz reconhecer aquilo que eu já sentia há muito: que os alunos se sentem sozinhos, dentro daquela instituição… sem a família para apoiar e, muitas vezes, sem os amigos, porque ‘são muito competitivos’ e nem sempre se valoriza a amizade como se deveria!
Circula entre eles uma espécie de bullying constante, fruto desta competição, fruto da exposição nas redes sociais, fruto da necessidade de serem os melhores, de serem notados… uma vontade de criticar para encontrar o seu próprio ego, um ego por si frágil… ou para receberem uma atenção momentânea!
Pelo que vou conversando, estes duplos significados dos emojis ‘não é tanto assim’, existem sim, os duplos significados… aos anos que existem!!!!… mas a grande maioria não lhe atribui um peso tão negativo, parece-me… parece-lhes!
Contudo os telemóveis e as redes sociais são um perigo para os adolescentes; porque eles passam horas a jogar, se for necessário: ‘a noite toda’… isto não pode ser mentalmente, nem fisicamente saudável. Porque eles ficam horas a ver vídeos que os deixam apáticos, intoleráveis, preguiçosos e sem criatividade. Porque o bullying está por ali, entre ‘conversas venenosas’ e grupos criados apenas para a crítica…
Sei que as escolas referem grandes avanços pelo facto de terem proibido os telemóveis no recinto escolar… mas em casa, já ouviram os pais? Será que os alunos não chegam ‘sedentos do telemóvel’ e nem se conseguem controlar no seu uso?
As famílias precisam de controlar o acesso e o tempo utilizado em ecrãs, sim! Com muita urgência, pulso firme e consciência! Com um único objetivo: proteção e cuidado!
Se estes adolescentes se sentem sozinhos, porque não falam em casa? (Estará a pensar!) Porque não querem que os pais ‘se sintam maus pais’, que falharam na educação e no apoio… porque embora sejam o seu porto seguro, não querem mostrar esta realidade paralela, não querem preocupar, nem exigir responsabilizações…
Estou com estes adolescentes de forma privilegiada, de forma individual. As conversas são particulares e a confiança é maior. Aqui não está presente o grupo, os outros! Aqui eles são sinceros, tranquilos, dedicados e curiosos. Mostram-me que os seus corações e almas estão repletas com muito de bom! Há esperança no ar!
Nota: estes trechos que deixo entre aspas são palavras ditas por adolescentes, jovens, famílias, em conversas sobre tudo isto. E mesmo assim, ficou tanto por escrever…
Cada vez mais, assistimos a uma troca constante dos brinquedos, das brincadeiras habituais entre crianças e objetos, para passarem a desejar apenas as plataformas virtuais de jogos, que procuram cativar crianças e adolescentes com um crescente de violência e desafios bizarros.
Motivá-los num sentido contrário parece ser um constante ‘remar contra a maré’, porque os pedidos de presentes são apenas esses, porque no tempo livre só desejam isso, porque nada substitui um jogo virtual.
As famílias são as que mais desesperam com esta situação, procuram inventar mil e uma formas de cativar para a leitura, para os jogos de tabuleiro e para outros brinquedos… e tantas vezes se sentem a desistir perante a evidencia de tanta insistência e de uma moda que parece ser contagiosa.
Na minha opinião, o truque é começar muito cedo esta luta, ou seja, reduzir para o mínimo possível a utilização de ecrãs pelos mais novos… assim como a permissão de ter um telemóvel ou de utilizar um computador/tablet em tenra idade, mesmo que seja usar o telemóvel do pai ou da mãe por algum tempo!
Esta limitação deve ser muito assertiva e controlada, enquanto que a motivação para outras brincadeiras em família e com amigos deve ser incentivada, assim como a leitura, o desporto e a arte.
Bem sei que este é um desafio gigante para a grande maioria das famílias e de toda a comunidade educativa, mas desistir não pode estar na mente em momento algum!
Neste Natal pondere bem sobre os presentes a oferecer!!!