Com um olhar pluridimensional, pretendo orientar educadores e estudantes neste caminho vivido tão intensamente... um caminho onde se ensina e se aprende em cada momento de vida...este é um convite para conversar sobre educação.
Com um olhar pluridimensional, pretendo orientar educadores e estudantes neste caminho vivido tão intensamente... um caminho onde se ensina e se aprende em cada momento de vida...este é um convite para conversar sobre educação.
Verdade é que, a escola é a base das aprendizagens cognitivas e também sociais. É um lugar de estadia prolongada que apoio o desenvolvimento, para além da família.
Certo é, também que, a escola deveria ter acompanhado mais e melhor o processo evolutivo da sociedade e se adaptado às novas necessidades de um mundo em constante mudança.
Muito deveria ser pensado para melhorar todo o contexto escolar. Mas, mesmo assim, esta instituição continua a ser a primeira sede do conhecimento e, por conseguinte, funciona como elevador social por excelência, apoiando a conquista de saberes como caminho para uma conquista por meritocracia.
Continuo a sonhar com uma escola melhor e melhorada, continuo a lhe reconhecer o maior mérito e a melhor caminho para transformar sonhos em realidades e ainda não perdi a esperança de que muito de bom aconteça para tais mudanças!
Hoje, mais do que nunca é necessário lembrar e celebrar o conceito de Liberdade! Hoje, mais do que nunca é necessário esclarecer os nossos jovens a essência política, as raízes partidárias, ensinar a distinguir democracia representativa e democracia participativa. É importante explicar que o direito ao voto é algo que deve ser defendido e respeitado.
É preciso falar às jovens raparigas o quanto as mulheres lutaram para que elas tivessem também esse direito… é importante sensibilizar, ensinar, explicar… para que os adultos de amanhã sejam capazes de fazer mais e melhor pelo país e pelo mundo! Haja esperança!
Sempre surgiu em conversa a vida nas escolas… agora tornou-se o assunto do momento, porque os média tornam-no evidente, até muito motivados pela mini série do momento, que já aqui escrevi. Mas estes são assuntos que há muito converso e reflito com adolescentes e jovens!
Pelas conversas e convívio, ao longo de anos, denoto que a escola é um outro mundo na vida de quem cresce, um mundo afastado da família, um mundo onde existe solidão e onde estes adolescentes se sentem ‘entregues aos leões’…
Refiro que esta série me faz reconhecer aquilo que eu já sentia há muito: que os alunos se sentem sozinhos, dentro daquela instituição… sem a família para apoiar e, muitas vezes, sem os amigos, porque ‘são muito competitivos’ e nem sempre se valoriza a amizade como se deveria!
Circula entre eles uma espécie de bullying constante, fruto desta competição, fruto da exposição nas redes sociais, fruto da necessidade de serem os melhores, de serem notados… uma vontade de criticar para encontrar o seu próprio ego, um ego por si frágil… ou para receberem uma atenção momentânea!
Pelo que vou conversando, estes duplos significados dos emojis ‘não é tanto assim’, existem sim, os duplos significados… aos anos que existem!!!!… mas a grande maioria não lhe atribui um peso tão negativo, parece-me… parece-lhes!
Contudo os telemóveis e as redes sociais são um perigo para os adolescentes; porque eles passam horas a jogar, se for necessário: ‘a noite toda’… isto não pode ser mentalmente, nem fisicamente saudável. Porque eles ficam horas a ver vídeos que os deixam apáticos, intoleráveis, preguiçosos e sem criatividade. Porque o bullying está por ali, entre ‘conversas venenosas’ e grupos criados apenas para a crítica…
Sei que as escolas referem grandes avanços pelo facto de terem proibido os telemóveis no recinto escolar… mas em casa, já ouviram os pais? Será que os alunos não chegam ‘sedentos do telemóvel’ e nem se conseguem controlar no seu uso?
As famílias precisam de controlar o acesso e o tempo utilizado em ecrãs, sim! Com muita urgência, pulso firme e consciência! Com um único objetivo: proteção e cuidado!
Se estes adolescentes se sentem sozinhos, porque não falam em casa? (Estará a pensar!) Porque não querem que os pais ‘se sintam maus pais’, que falharam na educação e no apoio… porque embora sejam o seu porto seguro, não querem mostrar esta realidade paralela, não querem preocupar, nem exigir responsabilizações…
Estou com estes adolescentes de forma privilegiada, de forma individual. As conversas são particulares e a confiança é maior. Aqui não está presente o grupo, os outros! Aqui eles são sinceros, tranquilos, dedicados e curiosos. Mostram-me que os seus corações e almas estão repletas com muito de bom! Há esperança no ar!
Nota: estes trechos que deixo entre aspas são palavras ditas por adolescentes, jovens, famílias, em conversas sobre tudo isto. E mesmo assim, ficou tanto por escrever…
Era um ano diferente… vivia-se uma pandemia… a Joana nunca tinha vivido um primeiro período escolar tão atribulado! Tinha ficado em quarentena, em casa, mesmo em plena época de avaliações!
Quando voltou à escola teve de realizar as avaliações todas de uma só vez, mesmo tendo perdido várias aulas e matérias.
Sentira-se perdida, aflita e com muito medo de falhar! Até aqui tinha sido boa aluna… mas, tantos dias afastada da escola, dos professores e com um ensino à distância, tudo parecia bem mais difícil… desmotivante e confuso!
Chagavam agora as férias escolares e aproximava-se o Natal! Mas nada estava igual… Para a Joana seria um Natal diferente… os avós não viriam lá a casa, com os receios do novo vírus e também não iria passar uns dias com os amigos, nos fantásticos passeios de férias.
Para a animar, os pais prometeram fazer várias sessões de cinema lá em casa, com direito a sobremesas especiais! Mas estava difícil…estranho….
Era já dia 23 de dezembro e a Joana não se conseguia animar para um Natal que chegava, escolheu sentar-se no sofá a ver vídeos na net, talvez isso a ajudaria a ficar melhor!!!???
Quando, de repente… a mãe sai do escritório em alvoroço:
_ Joana, Joana… estou na plataforma da tua escola… os resultados das avaliações já saíram…
Agora é que a Joana ficou com o coração aos pulos… lá se ia a esperança de um Natal calmo e sossegado, os testes tinham sido tão difíceis…
_ Diz lá, mãe! Quantas negativas tenho?
_ Espera, ainda não vi tudo…
_ Deixa ver, mãe…
Ambas viram com atenção cada disciplina… cada resultado!
_ Não tiraste nenhuma negativa, Joana! Apesar de tudo, conseguiste! Não tiveste os 4 e 5, como é habitual… mas terás oportunidade de melhorar nos próximos períodos!
_ Bem, nem acredito…. Afinal valeu a pena todos aqueles dias de estudo… pensei que tinha queimado neurónios para nada… sorriu a Joana, incrédula!
_ Valeu a pena sim, querida!!! Estou muito orgulhosa do teu empenho! Parabéns!
_ Obrigada mãe! Afinal este Natal começa a ser um pouco mais animado!
_ Acredita, filha!!! O importante é não perdemos a esperança e acreditarmos que tudo vai melhorar!
_ Percebo, mãe!
_ Até porque tenho outra boa surpresa para ti: amanhã vamos visitar os avós!
_ Como mãe? Não se pode, por causa da pandemia!?
_ Quando há esperança, pode-se tudo!!! Já temos uma estratégia, os avós ficam na varanda e nós ficamos à distância… mas sempre dá para conversar e matar saudades… boa?
_ Boa, não… mãe… excelente!!! São os melhores presentes de Natal, para este ano!!!
_ O melhor presente filha: a esperança!!! Nunca te esqueças!!!
Aqui fica, em partilha… mais um Conto de Natal, respondendo ao desafio da nossa querida blogger: IMSILVA