Com um olhar pluridimensional, pretendo orientar educadores e estudantes neste caminho vivido tão intensamente... um caminho onde se ensina e se aprende em cada momento de vida...este é um convite para conversar sobre educação.
Com um olhar pluridimensional, pretendo orientar educadores e estudantes neste caminho vivido tão intensamente... um caminho onde se ensina e se aprende em cada momento de vida...este é um convite para conversar sobre educação.
Explicar vai muito para além do saber matérias e assuntos, é preciso encontrar a melhor forma de explicar, sempre adaptada a cada estudante e a cada forma de interpretar o mundo.
Digo sempre às famílias que, só faculto explicações de forma individual porque só assim consigo os resultados que pretendo. Muitas vezes, tenho alunos que pertencem à mesma turma e, mesmo assim, não lhes explico a matéria da mesma forma, não realizo com eles os mesmos exercícios e não converso sobre as mesmas coisas. Tento sempre respeitar as suas formas de pensar e memorizar… apelo aos seus gostos e motivações para tornar tudo mais interessante e simples.
Nem todos têm as mesmas dúvidas, dificuldades, competências e capacidades… ensinar a todos como se fossem apenas um, cabe às escolas, que o têm de fazer por não existirem alternativas… pois ainda vivemos num ensino massificado.
Mas eu não preciso de seguir esse método, posso ser mais criativa e organizar tudo de forma individualizada, captar a atenção, despertar interesse pelo conhecimento.
Tudo isso misturado com o respeito pela etapa de desenvolvimento de cada aluno, personalizando o ensino, desenvolvendo uma amizade e empatia, tudo fica mais fácil… neste caminho tão belo até ao conhecimento!
Não ir à escola, não significa deixar de aprender e suspender a formação. Existem imensas aprendizagens que se realizam muito para além dos muros escolares e dos bancos de sala de aula. Tal como o desenvolvimento emocional, conhecimentos sociais e culturais, competências financeiras, etc…
Hoje, venho lembrar o quanto é importante aproveitar as férias escolares para desenvolver as seguintes aprendizagens, fundamentais para a vida – as tarefas domésticas.
Nestas férias pode motivar as crianças, adolescentes e jovens para aprenderem a:
Cozinhar: pratos principais, sopa e doces;
Fazer as camas;
Limpar, aspirar e varrer;
Coser botões e remendar;
Lavar loiça;
Cultivar: semear, plantar, colher e cuidar;
Usar eletrodomésticos;
Fazer pequenas compras, pagar e receber troco;
Aprender a selecionar objetos necessários para a mala de viagem;
A educação está nas mais diversas experiências de vida, conseguimos aprender através de uma educação formal, mas podemos também aprender através de muitos outros contextos, sociais e profissionais. A educação é, assim, muito transversal.
Por esta razão torna-se importante que, quem cresce, tenha oportunidade de viver diversas experiências pessoais e sociais que o enriqueça e o eduque. Viajar é, um exemplo claro, de aprendizagem através da experiência.
Quando alguém viaja tem oportunidade de conhecer novas culturas, novos valores sociais, confrontar-se com outros estilos de vida e com outras sociedades. Assim, sempre que as famílias proporcionam férias às suas crianças e jovens, visitando outros lugares e vivendo outras experiências, estão também a proporcionar-lhes momentos de grande enriquecimento pessoal que, embora não pareça claro, traz grandes aprendizagens para toda a família.
Assim, sempre que conseguir, e na medida do possível para o orçamento familiar, proporcione viagens a quem cresce, não é necessário ir para onde a maioria das pessoas vão, não é necessário ter grande financiamento (ensinar a poupar em férias é também primordial), não é necessário viajar para destinos longínquos ou exóticos, basta vontade de partir à descoberta, manter uma mente aberta para o que nos rodeia e muito desejo de aprender/conhecer!
Viajar oferece conhecimento, experiências e muitas aprendizagens que não estão nos manuais escolares, aproveitem!
Desenganem-se as famílias que consideram que os seus educandos podem aprender tudo dentro de um recinto escolar. A educação está muito para além das disciplinas e da formação facultada no ensino formal. Ter educação é ter um conjunto de saberes, valores e ideias que se aprendem vivendo intensamente, nos mais diversos contextos de vida. E, neste sentido as famílias têm um papel fundamental na orientação e no proporcionar de tais experiências de vida, para tornarem o seu educando um pleno cidadão, consciente dos seus direitos e deveres.
Estes são alguns dos exemplos de Educação que não se adquirem nos bancos de escola, nem nos manuais escolares:
Educação emocional: é no convívio entre pares (mesmas idades), nos recreios e em outras atividades extra escolares que mais acontece;
Educação financeira: as famílias têm um papel fundamental nestes ensinamentos, através da gestão das mesadas e do ensino da poupança;
Educação para a sexualidade: embora exista legislação para que esta educação ocorra nas escola, tal não acontece, portanto, é imprescindível que a família assuma esta educação;
Educação moral e religiosa: as escolas oferecem apenas uma disciplina e é facultativa, portanto são as famílias que decidem se querem, ou não, acrescentar esta forma de educação a quem cresce, além disso, esta disciplina não contempla todas as religiões;
Educação Política: a consciência política, partidária e cívica não é ensinada nas escolas, a sensibilização deve começar em casa, assim como deve existir uma procura de informação pessoal;
Educação para as tarefas domésticas: não é aprendizagem menor saber limpar, saber cozinhar e saber cuidar da casa de quem nela vive, estas aprendizagens realizam-se em famílias e são fundamentais para um adulto autónomo e responsável.
Existem atividades domésticas que, embora pareçam simples, devem constituir uma aprendizagem fundamental para qualquer criança ou jovem. Por forma a que cada um se torne dotado de competências para viver de forma independente e emancipada, sendo capaz de realizar tarefas simples, mas que tornam a nossa vida mais simples, livre e capaz.
As férias são momentos ideias para aprofundar tais aprendizagens e desenvolver gosto por trabalhos manuais e boas competências em tarefas domésticas. Por isso, nestas férias ensine a:
Cozinhar;
Lavar, passar e arrumar roupa;
Costurar;
Fazer a cama;
Limpar, varrer e aspirar;
Lavar louça;
Cultivar hortas ou vasos;
Fazer compras e gerir dinheiro;
Formas de reutilização de materiais;
Estas e outras tarefas, como por exemplo, saber mudar uma lâmpada, arranjar a própria bicicleta, tratar de animais, etc… são fundamentais para o conhecimento humano e promovem a autoconfiança de quem cresce. Sempre que possa, não deixe de ensinar tudo isto, com muito carinho e paciência.