Com um olhar pluridimensional, pretendo orientar educadores e estudantes neste caminho vivido tão intensamente... um caminho onde se ensina e se aprende em cada momento de vida...este é um convite para conversar sobre educação.
Com um olhar pluridimensional, pretendo orientar educadores e estudantes neste caminho vivido tão intensamente... um caminho onde se ensina e se aprende em cada momento de vida...este é um convite para conversar sobre educação.
Desenganem-se as famílias que consideram que os seus educandos podem aprender tudo dentro de um recinto escolar. A educação está muito para além das disciplinas e da formação facultada no ensino formal. Ter educação é ter um conjunto de saberes, valores e ideias que se aprendem vivendo intensamente, nos mais diversos contextos de vida. E, neste sentido as famílias têm um papel fundamental na orientação e no proporcionar de tais experiências de vida, para tornarem o seu educando um pleno cidadão, consciente dos seus direitos e deveres.
Estes são alguns dos exemplos de Educação que não se adquirem nos bancos de escola, nem nos manuais escolares:
Educação emocional: é no convívio entre pares (mesmas idades), nos recreios e em outras atividades extra escolares que mais acontece;
Educação financeira: as famílias têm um papel fundamental nestes ensinamentos, através da gestão das mesadas e do ensino da poupança;
Educação para a sexualidade: embora exista legislação para que esta educação ocorra nas escola, tal não acontece, portanto, é imprescindível que a família assuma esta educação;
Educação moral e religiosa: as escolas oferecem apenas uma disciplina e é facultativa, portanto são as famílias que decidem se querem, ou não, acrescentar esta forma de educação a quem cresce, além disso, esta disciplina não contempla todas as religiões;
Educação Política: a consciência política, partidária e cívica não é ensinada nas escolas, a sensibilização deve começar em casa, assim como deve existir uma procura de informação pessoal;
Educação para as tarefas domésticas: não é aprendizagem menor saber limpar, saber cozinhar e saber cuidar da casa de quem nela vive, estas aprendizagens realizam-se em famílias e são fundamentais para um adulto autónomo e responsável.
Por várias vezes escrevo sobre a Educação num sentido bastante alargado, referindo-me a uma educação formal, não-formal e informal. No entanto, gostaria de explicar estas três vertentes educativas, pelas quais passamos ao longo da vida definindo, assim, algumas dúvidas que o leitor possa ainda ter.
Todos nós vivemos momentos de aprendizagens formais, não formais e informais, vejamos a especificidade de cada uma destas vertentes educativas:
Educação Formal: decorrida em contexto formal de aprendizagem, como por exemplo: a escola, os cursos, as formações, a faculdade, etc. Apresenta-se como momento(s) da nossa vida em que nos dispomos a aprender através de entidades legais privadas ou estatais que oferecem momentos de ensino/formação através de momentos teóricos/práticos de aprendizagem.
Educação Não-Formal: decorre em variados contextos que, embora não sejam instituições com fins educativos, promovem momentos de aprendizagem ricos e conscientes, temos como exemplo o trabalho profissional, o voluntariado, a participação em instituições artísticas, desportivas, religiosas, etc.
Educação Informal: decorre de experiências vividas no quotidiano, que muitas vezes são pontuais mas, mesmo assim, muito ricas pelos conhecimentos que nos trouxeram, são experiências, normalmente, de contexto mais prático, nem sempre conscientemente assumida como aprendizagem, mas imprescindível para uma melhoria da nossa qualidade de vida, por exemplo: saber cozinhar, saber utilizar equipamentos eletrónicos, saber lidar com sentimentos e emoções, etc…
Por esta razão, torna-se necessário assumirmos que a Educação e a Aprendizagem desenvolve-se ao longo de toda a vida e, nos mais variados contextos, para tal devemos de nos apresentar dispostos a romper com os nossos preconceitos e aceitarmos que existem formas alternativas de aprendizagem ao sistema formal e estatal, aceitarmos que a comunidade e a família são locais privilegiados de aprendizagem que ultrapassam em grande escala os ‘bancos de escola’.
As férias escolares, de verão, podem ser um terror para alguns pais que não sabem bem como manter rotinas e ocupação de qualidade aos estudantes. Contudo, todos nós sabemos que, mesmo em momentos de férias, de descanso e de diversão, muito se poderá aprender, refletir, desenvolver e crescer.
Ao longo deste mês de férias de verão irei deixar, por cá, algumas propostas de atividades educativas que, embora estejam ausentes dos bancos de escola, promovem vários momentos de desenvolvimento, através do conceito de Educação Informal.
Assim sendo, convido-vos a visitarem, a lerem e a partilharem ideias e experiências sobre este vasto mundo chamado de Educação!