Com um olhar pluridimensional, pretendo orientar educadores e estudantes neste caminho vivido tão intensamente... um caminho onde se ensina e se aprende em cada momento de vida...este é um convite para conversar sobre educação.
Com um olhar pluridimensional, pretendo orientar educadores e estudantes neste caminho vivido tão intensamente... um caminho onde se ensina e se aprende em cada momento de vida...este é um convite para conversar sobre educação.
As férias de verão são o sonho de todo o ano letivo, para qualquer estudante… não apenas pela praia e pela piscina, mas também pelos longos dias sem aulas, que permitem as mais variadas brincadeiras e experiências.
Para os mais novos brincar deve ser primordial, pois é bastante importante para o desenvolvimento emocional e cognitivo. Nestas férias permita que a criança utilize muito do seu tempo livre para brincar.
Para isso, muitas famílias terão de travar uma luta constante contra os ecrãs, já que passar horas em frente a estes está muito longe do conceito saudável de brincar.
Para melhorar o desenvolvimento das crianças, permitir as brincadeiras em conjunto é muito proveitoso e enriquecedor, principalmente, se privilegiar as brincadeiras entre pares, ou seja, entre crianças da mesma idade. Neste sentido, se tiver oportunidade de convidar outras crianças para brincarem entre elas, será uma mais valia nestas férias de verão.
Deixe apenas uma proibição: nada de ecrãs enquanto estão juntos…. Certamente que não irão sentir a falta!
Para já, podemos começar com algumas dúvidas relativas ao título deste Post: motricidade global, embora eu já tenha explicado este conceito e comparado com a motricidade fina, é sempre bom relembrar, numa publicação, aqui!
Motricidade grossa/global é a capacidade de controlar o corpo na sua totalidade, que exigem coordenação motora, postura, precisão, agilidade, ritmo, fluidez de movimentos e capacidades musculares, nas tarefas diárias mais comuns ao ser humano, como caminhar, saltar, correr, etc.
Parece fácil e simples, algo inato, que já nasce com o ser humano e que se desenvolve com esta mesma naturalidade, mas não é verdade, estas competências podem e devem ser estimuladas e praticadas, ou a falta delas pode prejudicar o desenvolvimento humano.
Muitos professores de educação física sentem estas dificuldades nos seus alunos, mais novos, em desenvolverem exercícios motores, dos mais simples aos mais complexos. Isto porque, nos dias de hoje, as crianças estão mais sedentárias e não têm tantos estímulos de prática de exercícios físicos e de brincadeiras ao ar livre, que promovem estas destrezas físicas, de forma divertida.
Portanto, hoje, deixo aqui um alerta e a sensibilização para estas práticas… Permita às criança:
Praticarem assiduamente um desporto que goste;
Utilizar bicicletas, patins, bolas, cordas, etc;
Ensine jogos tradicionais, em família e em grupos;
Promova momentos ao ar livre em família e também em pares (outras crianças da mesma idade);
Incentive aos jogos e brincadeiras na praia, no jardim ou em parques;
Esqueça um pouco as frases: ‘vais sujar-te’… ‘vais magoar-te’;
Seja criança, volta e meia e junte-se às brincadeiras;
Lembre-se da sua infância…
Estas atividades ao ar livre não só promovem as mais variadas aprendizagens como apoiam no sistema imunitário e na saúde!
É verdade, todas as gerações podem contribuir de forma positiva para um educação completa de quem cresce… o contato com várias pessoas, de várias idades trazem muita riqueza social e emocional e muito conhecimento, seja pela aprendizagem na forma de lidar com o outro, seja pela responsabilidade social, seja pelas histórias e experiências que ouvimos das outras pessoas.
Ainda hoje, nós adultos, conhecemos algumas pessoas com quem adoramos conversar e partilhar experiências, seja pela disponibilidade do outro, seja pela riqueza de diálogos que conseguimos ter.
Por esta razão, deixar que as crianças e jovens contatem e estabeleçam relações sociais e emocionais com outras pessoas, de gerações diferentes é uma mais valia e uma forma de educação impar.
Senão, vejamos:
Contato com os estudantes da mesma idade:
Aprendem a conviver entre pares, a fazer cedências a conviver com colegas de opiniões diferentes e gostos diferentes, que têm de aprender a respeitar para conseguir manter um convívio saudável e divertido;
Contato com gerações mais velhas:
Aprendem a respeitar os mais velhos, em simultâneo escutam histórias de vida diferentes e com outras riquezas. Para além disso, muitas pessoas mais velhas têm um demonstrar de carinho e afetividade muito especial que enriquece os mais novos;
Contato com gerações mais novas:
Aprendem a reconhecer as diversas etapas do desenvolvimento humano e a aceitar as limitações relativas a cada idade. Para além disso, desenvolvem o sentido de responsabilidade e de cuidado com o ser mais novo, que exige uma atenção constante.
Tal como já afirmei, estudar em tempo de férias é importante, tanto para os alunos mais empenhados, pois assim não perdem ritmos nem as motivações, como para os alunos com mais dificuldades que podem aproveitar estes momentos para adquirem conhecimentos onde não foram bem sucedidos, em tempo de aulas.
As formas de estudo não terão de ser maçadoras nem tenebrosas, por vezes, bastam algumas horas, em alguns dias da semana que, de forma produtiva, proporcionarão grande aprendizagem. Para que esta aprendizagem seja significativa, estar acompanhado e orientado por um adulto ajudará a reduzir o tempo de estudo e aumenta a concentração.
Nestas férias de verão, os alunos podem aproveitar para:
Ler muito e aquilo que gostam;
Fazer um curso de línguas;
Praticar artes: dança, música, pintura, etc…
Aprender a cozinhar;
Fazer um curto Erasmus;
Aprofundar os conhecimentos sobre um tema que gostam;
Aulas particulares de matemática, ou de outra disciplina;
Ver vídeo-aulas;
Para além destas, existem muitas outras propostas de estudo e aprendizagem, basta encontrar quais as maiores motivações ou necessidades do estudante e definir estratégias!
Este título assusta qualquer aluno que esteja, neste momento, a aproveitar as suas merecidas férias… no entanto, é preciso lembrar que estas férias são muito longas e que, facilmente, se perdem ritmos de estudo e motivação para a aprendizagem.
Com tudo isto, não quero afirmar que os estudantes devem estudar nas férias, como se estivessem em tempo de aulas, até porque os momentos de lazer proporcionam, também, excelentes momentos de aprendizagem. Por exemplo, o convívio entre pares, nestes momentos, proporciona um grande desenvolvimento social e emocional:
Aceitar a opinião do outro;
Mediar ideias e opiniões;
Respeitar as diferenças;
Aprender a ceder;
Aprender a impor decisões;
Tudo isto é desenvolvido fora das salas de aula, mas é tão importante como aquilo que lá se aprende, ou seja, aprender a viver em sociedade, defendendo ideias e sabendo mediar interesses.
Portanto, ao longo destes dias de férias, é importante proporcionar, a quem cresce, estes momentos de encontro, de saídas e de brincadeiras com os amigos da mesma faixa etária… sempre com regras e limites que têm de ser respeitados.