A linguagem que discrimina
A educação passa pelo ensino da igualdade entre homens e mulheres, procurando-se acabar com a discriminação de género ainda, de algumas formas, visível no nosso país. Ao pensarmos em momentos de discriminação entre os géneros, vários são os fatores que nos alertam. Hoje, venho lembrar um deles, por vezes, pouco notado mas também de importância efetiva: a linguagem discriminatória. Isto porque, ainda existem palavras no nosso vocabulário que perdem significado ou o alteram quando transformadas no feminino e vice versa, conceitos, profissões, ideias… que apenas se aceitam e se assumem em determinado género, quase se assumindo como impossível um homem ou uma mulher assumirem tal papel ou tal função…
Para perceber facilmente esta evidência, proponho que realize o exercício seguinte:
Leia o texto seguinte e depois transforme-o no feminino:
_ O João nasceu um puto travesso, era mais mal comportado que os seus irmãos. Mas, os anos passaram e o João cresceu… deixou a sua vida de libertino para se tornar Governante de um grande Palácio, transformou-se num indivíduo integro e um herói para muitos homens da cidade.
Agora poderá responder às seguintes perguntas:
- as frases mantém o seu significado original?
- as palavras mantém o mesmo significado?
- consegue transformar todas as palavras no feminino?
Este é apenas um exemplo que nos deve deixar alerta para quando usamos, ou ensinamos os nossos estudantes, o correto uso da linguagem, é desejável que, cada vez mais, a sociedade esteja sensibilizada para estas particularidades que fazem toda a diferença no respeito pelo/a outro/a.
Se quiser trabalhar um pouco estas questões com o(s) seu(s) estudantes poderá, também, utilizar este exemplo como início de conversa e reflexão.