Com um olhar pluridimensional, pretendo orientar educadores e estudantes neste caminho vivido tão intensamente... um caminho onde se ensina e se aprende em cada momento de vida...este é um convite para conversar sobre educação.
Com um olhar pluridimensional, pretendo orientar educadores e estudantes neste caminho vivido tão intensamente... um caminho onde se ensina e se aprende em cada momento de vida...este é um convite para conversar sobre educação.
Ainda dando continuidade a um texto publicado anteriormente, queria aproveitar para desenvolver um pouco mais um dos tópicos propostos, nas aprendizagens fundamentais: ensinar a costurar.
A costura ainda é olhado, por muitos, como algo relacionado apenas com o género feminino e portanto, muitas crianças e jovens (rapazes) podem demonstrar alguma resistência nesta aprendizagem. No entanto, é necessário explicar-lhes que tal ideia está completamente ultrapassada e que, cada pessoa deve ser capaz de fazer pequenos arranjos em tecidos porque isso poderá facilitar, em muito, o quotidiano de alguém feliz e independente.
Assim sendo, crianças e jovens devem aprender a:
Usar linhas, tesouras e agulhas;
Coser um botão;
Subir bainhas;
Voltar a coser algo descosido;
Colocar remendos;
Identificar e unir tecidos;
Utilizar pequenas máquinas de costura (se existirem em casa);
Ter estes conhecimentos simples podem resolver pequenas situações domésticas, ajudar a poupar algum dinheiro em arranjos de costura simples, ajudam a preservar o meio ambiente e diminuir o desperdício e promovem a confiança nas capacidades manuais.
Quem sabe, estas simples aprendizagens podem até espoletar o gosto por trabalhos mais aprofundados e aprimorados?!?
Existem atividades domésticas que, embora pareçam simples, devem constituir uma aprendizagem fundamental para qualquer criança ou jovem. Por forma a que cada um se torne dotado de competências para viver de forma independente e emancipada, sendo capaz de realizar tarefas simples, mas que tornam a nossa vida mais simples, livre e capaz.
As férias são momentos ideias para aprofundar tais aprendizagens e desenvolver gosto por trabalhos manuais e boas competências em tarefas domésticas. Por isso, nestas férias ensine a:
Cozinhar;
Lavar, passar e arrumar roupa;
Costurar;
Fazer a cama;
Limpar, varrer e aspirar;
Lavar louça;
Cultivar hortas ou vasos;
Fazer compras e gerir dinheiro;
Formas de reutilização de materiais;
Estas e outras tarefas, como por exemplo, saber mudar uma lâmpada, arranjar a própria bicicleta, tratar de animais, etc… são fundamentais para o conhecimento humano e promovem a autoconfiança de quem cresce. Sempre que possa, não deixe de ensinar tudo isto, com muito carinho e paciência.
Quando as crianças são pequenas, antes de entrarem para a escola, a preocupação de educar não se prende com as capacidades escolares, a educação informal deve ser direcionada para o desenvolvimento emocional e relacional.
A partir do momento que as crianças começam a ter consciência da existência do outro, como um ser igual a ela, devem-se estimular algumas aprendizagens:
A utilização de ‘palavras mágicas’, como (obrigada, bom dia, adeus);
O assumir dos erros e os pedidos de desculpa;
O respeito pelos gostos e vontades dos outros, mesmo diferentes dos seus;
O aceitar da palavra ‘Não’;
Cuidar e zelar pelos seus pertences e pelos pertences dos outros;
Hoje muito se rotulam as crianças e jovens de mais ou menos inteligentes. Contudo, pensarmos no conceito de inteligência é pensarmos em muitas variantes e variadas formas de avaliação.
Hoje trago-vos uma a Teoria das Sete Inteligências, defendida pelo psicólogo Howard Gardner e que auxiliaram a reflexão sobre este assunto:
Inteligência Linguística: É a inteligência das palavras. Esta inteligência oferece maior capacidade de uma boa articulação oral, grande facilidade em aprender línguas, bom desenvolvimento da retórica e uma facilidade na compreensão gramatical. Inclusive em MNEMÔNICA.
Inteligência Lógico-Matemática: É a inteligência dos números. Esta inteligência oferece facilidades para o processamento de contas, classificação, padrões e resolução de problemas. Boa memorização de números e cálculos.
Inteligência Espacial Visual: É a inteligência da forma. Esta inteligência facilita a perceção do mundo exterior e tendo-se a facilidade em transformar essa informação, em arte, ou arquitetura. Tem grande sensibilidade para a cor, linhas e formas. Além disso, conseguem ótimas representações espaciais.
Inteligência corporal sinestésica: É a inteligência do movimento. Esta inteligência é caracterizada pela capacidade de conseguir expressar ideias e sentimentos através do corpo, como um ator ou acrobata. Facilita também a capacidade de trabalhos manuais.
Inteligência Musical Auditiva: É a inteligência da Música. Esta inteligência está ligada à capacidade musical, facilitando a perceção, e expressão nas mais variadas formas musicais. Possui grande sensibilidade ao ritmo, tom, melodia e timbre. Existe grande sensibilidade para reconstruir arranjos melódicos com facilidade.
Inteligência Interpessoal: É a inteligência social. Esta inteligência facilita uma boa capacidade para reconhecer, gestos, expressões faciais, tom de voz e ainda conseguir responder a esses sinais de forma a influenciar pessoas. É a inteligência da sociedade, pois permite que indivíduos com essa capacidade tenham maior facilidade em interagir com os outros.
Inteligência Intrapessoal: É a inteligência interna. Esta inteligência facilita desenvolvimento da inteligência pessoal, conhecendo-se a si mesmos, analisando os seus erros e caminhos com grande facilidade.
Ao ler estas várias inteligências, facilmente se reconheceu, ou reconheceu várias delas no seu educando, sendo que umas complementam as outras. Assim sendo, através desta Teoria é difícil assumir que somos menos inteligentes que os outros, mas sim, que cada pessoas é detentor de capacidades diferentes, sendo mais perspicaz em algumas situações e ações.
Esta perspetiva deve ser explicada às crianças, de forma a que não se sintam inferiores ou superiores aos colegas, apenas diferentes!