Com um olhar pluridimensional, pretendo orientar educadores e estudantes neste caminho vivido tão intensamente... um caminho onde se ensina e se aprende em cada momento de vida...este é um convite para conversar sobre educação.
Com um olhar pluridimensional, pretendo orientar educadores e estudantes neste caminho vivido tão intensamente... um caminho onde se ensina e se aprende em cada momento de vida...este é um convite para conversar sobre educação.
«A professora pediu o meu e-mail… socorro que tenho de tomar conta das minhas coisas e dos recados…»
Quando as crianças começam a estudar no 1º ciclo são os pais que têm de orientar e de saber quais as datas dos testes, quais os TPC’s e o que se deve estudar… no entanto, progressivamente, a criança deve tornar-se autónoma, sendo que, a partir do 5º ano deve ser estimulada a ter estas capacidades:
Saber as datas de testes e de entregas de trabalhos;
Saber definir com os colegas os trabalhos de grupo e as tarefas;
Saber que TPC’s estão marcados e apontar, sempre, no caderno diário;
Saber as notas e avaliações a cada disciplina;
Saber o que estudar e quando estudar;
Definir um plano de estudo quando existem muitas tarefas escolares diferentes;
A sua ajuda é importante, mas sempre neste sentido… para motivar o estudante, no início de cada ano letivo, ofereça-lhe uma agenda escolar…
Alguns estudantes utilizam o estudo em grupo como método usual na preparação para fichas de avaliação e, principalmente, na preparação para exames, onde as matérias exigem muitos conhecimentos e muita concentração.
Este método poderá funcionar se associarmos o estudo a momentos de partilha de dúvidas e de conhecimento, onde a ajuda é recíproca e o incentivo está presente. Olha-se assim para o estudo como algo partilhado entre um pequeno grupo de estudantes, com os mesmos objetivos e interesses.
No entanto, nem todos os estudantes conseguem tirar o melhor partido do estudo em grupo, podem surgir distrações, conflitos de ideias e personalidades, que nem sempre ajudarão a melhorar as avaliações. Cada estudante deverá reconhecer as suas capacidades e métodos, na hora de escolher um estudo individual ou coletivo.
Mesmo para quem opta por estudar em pequenos grupo, a estudo individualizado deve também estar presente em vários momentos, para que o estudante se sinta seguro dos seus conhecimentos e tenha autonomia para reconhecer as suas dificuldades e dúvidas.
Para além de tudo isto, é de relembrar que o estudo coletivo exige capacidades que ainda não estão completamente desenvolvidas em crianças, por isso, os estudantes mais novos não irão usufruir muito deste método, será mais produtivo em jovens e adultos.
Para o desenvolvimento da motricidade, os educadores poderão ter um papel fundamental no incentivo e na promoção de tais capacidades. Antes mesmo da criança entrar na idade escolar, os infantários desenvolvem variadas atividades para promoção de ambas as formas de motricidade, que depois serão continuadas na escola através da escrita (motricidade fina) ou da educação física (motricidade global).
Contudo, em casa, as famílias poderão também auxiliar este trabalho, realizando com as crianças atividades simples e facultando tarefas simples que desafiem estas capacidades motoras:
Brincadeiras ao Ar livre, que permitam correr, saltar, brincar ao Faz de Conta e de forma descontraída, apoia também uma relação de confiança consigo própria e com a família; (Motricidade Global)
Tarefas diárias, permitindo que a criança procure ser autónoma nas tarefas simples, como alimentação, higiene, arrumação e organização; (Motricidade Fina)
Participação em atividades desportivas, sejam atividades individuais ou coletivas, desde que motivadoras para a criança, promove maior coordenação motora e também estimula um estilo de vida mais saudável; (Motricidade Global)
O confronto natural com as realidades diárias, na escola, nas amizades, em casa, permitem a construção desta autonomia, contudo, alguns autores referem que, neste mundo globalizado e com tantas pressas, se estejam a desenvolver crianças menos autónomas… Portanto, para ajudar no desenvolvimento da autonomia, aqui ficam algumas sugestões para realizar em família:
Conversar de forma reflexiva sobre temas estruturantes e importantes para as crianças/jovens;
Oferecer uma mesada e incutir hábitos de gestão financeira;
Realizar atividades domésticas: levar lixo à rua, arrumar quartos e cozinha;
Cozinhar acompanhado ou sozinho;
Responsabilizar-se pelo cuidado de um animal doméstico: higiene, alimentação, carinho, etc;
Ir à rua realizar recados ou realizar compras simples, sendo um caminho próximo e com bons acessos;
Permitir algumas escolhas, como roupas que vai vestir ou comprar,
Escolher os amigos a convidar para uma festa ou visita e escolher presentes;
Estabelecimento de rotinas diárias e hábitos com responsabilidade e critérios de justiça…
Para concretizar estas atividades tenha sempre em consideração a idade do seu estudante e as suas capacidades específicas, com o passar dos anos poderá incluir novas atividades e responsabilidades.
Cada vez mais a sociedade convida a que crianças e jovens tenham variados desafios, serem os melhores na escola, praticarem variadas atividades e passarem grande parte do tempo a estudar. Por entre as exigências destes horários, que tempo restará para que as crianças decidam, reflitam, manifestem os seus gostos e desejos?
Os vossos estudantes vão a pé comprar pão? Decidem qual a roupa a vestir? Responsabilizam-se por tarefas domésticas? Definem horas de estudo? Sabem como estudar e o que estudar? Considera que ele já tem idade para tomar algumas decisões?
Estas são apenas algumas das questões que me ocorrem e que me parecem pertinentes para auxiliar a reflexão deste tema: Autonomia.
A autonomia é um processo relacionado com o desenvolvimento emocional e caracteriza-se pela construção e consciência do seu próprio EU (self). O desenvolvimento desta complexa competência irá permitir que a criança/jovem consiga realizar escolhas conscientes e sensatas, ter preferências, decidir, apontar critérios e reflexões para as suas escolhas e desejos.
Poderemos auxiliar neste desenvolvimento autónomo? Algumas dicas no próximo Post!