Com um olhar pluridimensional, pretendo orientar educadores e estudantes neste caminho vivido tão intensamente... um caminho onde se ensina e se aprende em cada momento de vida...este é um convite para conversar sobre educação.
Com um olhar pluridimensional, pretendo orientar educadores e estudantes neste caminho vivido tão intensamente... um caminho onde se ensina e se aprende em cada momento de vida...este é um convite para conversar sobre educação.
Por cá, escrevi sobre as Provas de Aferição que se realizaram no ano letivo passado (2022/2023), incidindo no facto de que seriam realizadas em formato digital. Essa situação deixou-me apreensiva porque os alunos de 2º ano teriam de escrever no computador e foram muitos os comentários trocados neste sentido. Se deseja ler esses artigos, veja aqui e aqui.
Entretanto, os resultados destas Provas já foram disponibilizados para as escolas e para divulgação pública... Pode ler a notícia do Diário de Notícias:
Deixo, de seguida, uma citação do link que partilhei:
«Alberto Veronesi, professor de 1.º ciclo, é perentório em afirmar: "Os resultados são maus". "Os resultados das provas de aferição do 2.º ano, que foram pela primeira vez realizados em formato digital, estão aí e não há surpresas. São maus! Quando apenas na educação artística é que conseguimos encontrar domínios onde a maioria dos alunos "Conseguiu", temos de admitir que estamos mal", afirma.»
In: Diário de Notícias: 26 de dezembro de 2023
Na minha opinião e pelo que acompanhei, os alunos afirmam que os resultados ‘não contam para nota’ e portanto, não se dedicam a realizar as Provas, alguns alunos não fazem o menor esforço para demonstrarem as suas competências ou aprendizagens. Alguns alunos do 8º ano, deram como finalizadas as suas Provas dez minutos após o seu início. O que me leva a questionar se serão, de facto, espelho da realidade?
Contudo, não pretendo alongar mais sobre a minha reflexão, prefiro ler os vossos comentários e assumir, mais uma vez, que o ensino precisa de nova vida e de novas estratégias…
O convite é realizado nestes últimos anos: escrever um Conto de Natal - e vem pela mão da nossa ImSilva, do blogue: Pessoas e Coisas da Vida. Quem, por cá anda há anos, sabe que estes belos Contos escritos por bloggers têm resultado em fantásticos livros.
Este ano, eu tinha de manter a minha presença, com mais um Conto original!! Leiam e vejam se gostam?!!
Conto de Natal: o presente menos esperado!
Era uma bela noite de Natal, como tantas outras belas noites de Natal! Numa família bela, como tantas outras famílias, que se juntam para celebrar uma noite de amor e carinho!
A Aurora, a criança mais pequena daquela grande família, já tinha perguntado inúmeras vezes:
_ Já podemos abrir os presentes?
Aquelas fantásticas caixas e caixinhas, cuidadosamente embrulhadas com laços carinhosos e cores natalícias convidavam as crianças a se aproximarem-se para as abrirem!
_ Ainda não, Aurora! Ainda não jantamos e os presentes só se abrem pela meia noite.
_ Falta muito? _ continuava Aurora.
_ Ainda são 19h… _ disse Paulo, o irmão mais velho.
_ E isso é assim… muito… muito… tempo? Ou só um bocadinho de tempo?
Enquanto todos se riam a campainha tocou… àquela família de um pai, uma mãe e quatro crianças: Aurora, Filipe, Laura e Paulo, juntavam-se os dois avós paternos, que acabavam de chegar.
Com os avós vieram também mais caixas e caixinhas repletas de conteúdo que provocavam aquela ansiedade aos mais novos… a vontade de abrir presentes aumentava, aumentava e aumentava!
Os avós arrumaram as suas magníficas caixinhas junto de todas as outras, debaixo da Árvore e em frente ao Presépio! Aquele cantinho ocupava agora um grande espaço na sala, com tantos presentes acomodados.
No quentinho desta casa, a azáfama era maravilhosa: uns ajudavam na preparação da mesa, outros conversavam animadamente enquanto preparavam o jantar, os restantes ajudavam nos últimos pormenores dos doces e sobremesas!
Era o Natal de 2023… finalmente, toda a família tinha-se juntado neste Natal. A casa que outrora parecia grande para aquela família de seis pessoas, agora era pequena para tantos visitantes, mas ao mesmo tempo ficava mais feliz e aconchegante, porque nela estavam conversas calorosas, gargalhadas divertidas e novidades fantásticas! Os abraços apetados e colos demorados eram o melhor do reencontro.
Já passavam das 20h30 quando todos se começaram a sentar à mesa… uma mesa improvisada e aumentada, para que todos tivessem lugar. Havia tanta comida deliciosa e tanto para provar, entre sorrisos e conversas que, por algum tempo, já ninguém se lembrava daquelas caixinhas embrulhadas em papel colorido, com laçarotes pomposos, nem mesmo a curiosa da Aurora.
Como se fosse um momento mágico… o jantar aconteceu… a comida aqueceu o estômago e a conversa alimentou a alma. A lareira aquecia o coração e o crepitar do lume tornava aquela noite de Natal numa mágica noite de inverno, para toda a família!
Seguido do jantar todos decidiram escolher um jogo para se divertirem e prolongarem o tempo de alegria, até ao momento de abrirem os presentes.
Mesmo muito impacientes, as crianças aceitaram a aventura do Jogo da Mímica, fizeram-se equipas e definiram-se regras. Era preciso uma preciosa atenção para acertar nos gestos feitos a preceito, pois só assim se conseguia desmascarar aquela palavra escondida por gestos e movimentos, tão divertidos.
Aurora é a mais impaciente… enquanto olhava o gestos de cada um, na sua vez, sonhava acordada com o que estaria naqueles embrulhos: seria a boneca que tanto pedira à mãe? Ou aquela cozinha que descrevera na carta ao Pai Natal? O que seria que os avós tinham trazido… o ano passado tinham oferecido uns livros para pintar que ela adorou imenso! Os avós eram tão carinhosos a escolher as prendas para todos e por isso sempre acertavam!!!
Queria saber se ainda faltava muito para a tal meia noite… tinha sono… queria ir dormir com o ursinho Tobias… mas nem se atrevia a perguntar outra vez: falta muito para abrir os presentes? Estavam todos tão divertidos que ela ficou com muita vergonha de dizer, seja o que for… a frase não saía, assim, do pensamento…
O jogo da mímica estava a funcionar tão bem, quando num repente se ouvem uns agudos latidos: au… au… au…
Alguém entusiasmado com o jogo, grita: _ cão!!!
Nisto acontece uma mistura de risos e espantos… ninguém tinha imitado um cão… ninguém sabia de onde vinha tal barulho, já que esta família não tinha nenhum animal em casa!?
Depois da gargalhada geral, ficaram todos espantados e quietos…
_Que barulho foi este? _ perguntou o pai Francisco.
Todos se olharam… mas ninguém respondeu. Em vez disso, fizeram silêncio! Afinal, mais algum barulho se poderia ouvir!
_ Au.. au…au…
Voltou a ouvir-se os latidos vindos de longe. A Aurora, misturando aquilo que ouvia com o seu desejo de abrir os presentes, correu para a árvore e disse: _está um cãozinho nas caixas dos presentes…
Toda a família se olhou…. Será que alguém colocou um cão dentro dos presentes??? Como assim??? Não se podem colocar animais vivos em caixas fechadas…
Ninguém respondeu… ao que parecia ninguém tinha cometido tal loucura, porque naqueles rostos se notava grande confusão!
_ Au… au… au…
Numa atitude muito decidida o pai Francisco dá um salto do sofá e dirige-se para a porta, saindo de rompante, sem que ninguém conseguisse ainda compreender o que se estava a passar.
Toda a família continuava sentada sem saber o que fazer… ir ter com o Francisco lá fora? Começar a abrir os presentes à procura de qualquer coisa? Perguntar se os vizinhos tinham algum cão?...
A Aurora começou a abanar presente a presente, para perceber se algum deles latia… depois de os abanar encostava o seu ouvido à caixa… mas não se atreveu a abrir nenhum deles, com medo de algum raspanete e de ficar de castigo e sem presentes nenhuns!
A restante família limitou-se a olhar Aurora e a esperar que algo mais acontecesse.
Passaram alguns minutos… que pareciam uma eternidade e um grande momento de suspense, em plena noite de Natal… quando o pai Francisco volta pela mesma porta, com um pequeno cão ao colo.
_ Como assim? _ perguntou Paulo? _Onde foste buscar esse cão, pai?
_ Estava no jardim aqui de casa. Não sei como veio aqui parar?! _ respondeu o pai enquanto fazia umas festinhas ao cão, que parecia estar a adorar toda aquela situação, podia perceber-se pelo animado abanar de cauda.
Aurora acabara de largar um presente e deixou-o simplesmente cair, sem pensar em mais nada… correu em direção ao pai e tirou o cão feliz, das mãos do pai.
_Oh! Tão bonito que é este cãozinho. É o meu presente de Natal, pai?
Francisco olhou para ela, para o cão e depois para a restante família, que continuava sem perceber metade do que se estava a passar…
_ Não… acho que não… os teus presentes estão ali, na árvore…
_ Mas podemos ficar com ele, não podemos? _ Perguntou o Paulo, já a imaginar adotar aquele bichinho peludinho, de pelo branquinho e patas castanhas.
Como o pai Francisco estava tão confuso, mais nada respondeu. Aquele enorme momento de suspense para toda a família acabou.. a pouco e pouco, todos se começaram a levantar e a dirigirem-se para o novo elemento chegado. Todos lhe quiseram pegar, fazer mimos… brincar… alimentar… certificar-se de que estava feliz…
E assim, tocaram as doze badaladas, sem que ninguém desse qualquer importância… já ninguém se lembrou de abrir os presentes e a Aurora já não tinha sono. Aquele animal fofinho acabava de se tornar o mais importante da noite porque trazia com ele mais felicidade e ainda mais ternura.
O presente mais inesperado tinha acabado de chegar e era mais importante do que qualquer objeto que pudesse existir naquelas lindas caixinhas!
Entretanto, muito tempo depois… muitas brincadeiras depois… o pai Francisco já se tinha recuperado do achado que tinha feito, no seu próprio jardim, e disse:
_ Cara família, compreendo que estejam muito felizes com a chegada deste pequeno… mas não sabemos se tem dono e se anda perdido!! Podemos cuidar dele esta noite, mas amanhã vamos levar ao veterinário para verificar se tem microchip, assim podemos encontrar o seu dono.
Ficaram todos em silêncio, de novo… o pai tinha razão…
_ E se não tiver dono, podemos ficar com ele? _ Perguntou o Paulo.
_PODEMOS? _ perguntaram os quatro irmãos em coro…
Sem saber bem o que dizer…após olhar para a restante família e ver sorrisos na cara de todos, respondeu:
O mês de Dezembro aproxima-se e com ele, todos nós, só pensamos no Natal e em tudo de bom que eles nos traz.
Tem sido hábito partilhar aqui um Calendário de Advento para motivar ainda mais este caminho divertido, até ao dia 25 de dezembro.
Já experimentou fazer este desafio em família? Aceite-o este ano… verá que é divertido e irá partilhar, ainda mais, este espírito de Natal entre todos, aí em casa!!!
Se na publicação anterior fiz referência a várias atitudes que não aconselho as famílias a fazerem, agora que as aulas iniciam, hoje, venho trazer o outro lado destes conselhos, ou seja, venho apresentar algumas propostas daquilo que poderão fazer para apoiar a integração dos estudantes nas novas rotinas de um novo ano escolar, que agora se inicia.
Assim, devem:
Conversar sobre as experiências e vivências do dia de aulas, em família, ao jantar ou num outro momento dedicado às conversas familiares;
Seja muito exigente na responsabilização por organização, tarefas e horários, é algo que tem de ser iniciado já, e só acabará no final do ano letivo;
Controle os horários em frente aos ecrãs, como jogos, chats, vídeos, etc., são hábitos que agora terão de ser muito mais regrados;
Defina horários diários de estudo, existam ou não testes, TPC’s, fichas, etc., é necessário estudar todos os dias;
Controle horários de sono, hábitos de higiene e cuidados alimentares, tudo isto tem uma influência enorme no quotidiano escolar e nas capacidades de aprendizagem;
Se existiu uma mudança de escola, conheça as novas instalações, os novos amigos e reúna com o diretor de turma, para reconhecer a nova realidade do estudante;
Supervisione os cadernos diários, a organização e os cuidados com os materiais escolares, esta responsabilização é primordial, ao longo de todo o ano.
Se considera que serão necessárias explicações ou apoio escolar, comece já, não deixe essas opções para depois dos resultados menos bons.
Seja benevolente, nos primeiros dias é normal os esquecimentos de materiais escolares, TPC’s e alguma desorganização.