“_Ele não me empresta os lápis de cor”
RELAÇÃO ENTRE PARES
Em paralelo com a escola, as crianças e jovens, deparam-se com outro grande momento de desenvolvimentos social e cognitivo, a construção da relação com o Outro. Aqui torna-se fundamental atribuir grande importância ao relacionamento entre os Grupo de Pares, considero este Grupo como crianças que partilham o mesmo espaço, brincam e aprendem juntas, de idades bastante próximas, entre dois ou três anos, no máximo, de diferença.
O estimulo e promoção destes momentos deve ser promovida por todos os educadores, pois este contato desenvolve, nos estudantes, novas capacidades sociais e emocionais, cultiva a auto estima, a afirmação pessoal e promove novas capacidades de resolver problemas, sendo que, relações, entre pares, problemáticas podem desencadear algumas formas de fracasso escolar, como por exemplo, a rejeição ou conflito podem ser inibidores na participação e empenho em contexto sala de aula, ou dificultar trabalhos em grupo.
Estes níveis de interação iniciam-se desde muito cedo nas crianças e desenvolvem-se continuamente até à idade adulta. Assim sendo podem-se estabelecer níveis de desenvolvimento relacional e as diferentes idades:
Até aos 4 anos, a maioria das crianças é capaz de ter um melhor amigo e de conhecer os parceiros de quem gosta ou de quem não gosta. No entanto, entre 5% e 10% das crianças experimentam, nesta altura, dificuldades na convivência entre pares, tais como rejeição ou hostilidade. No sentido de melhorar este convívio, o educador deve proporcionar e apoiar momentos de jogos, brincadeiras e partilhas.
Entre os 7 e os 11 anos, definido por Piaget, como a ‘Idade da Razão’, chega o momento em que a criança entra para o 1º Ciclo e facilmente consegue estabelecer um conceito de cooperação com os outros e aumenta a capacidade de se colocar no lugar do outro. Surge nesta idade conflitos na partilha de pertences e a culpabilização do outro. Procurando-se aumentar estímulos positivos, devem-se proporcionar às crianças a participação em diferentes grupos de pertença extra escolares e permitir brincadeiras com uma menor supervisão de adultos.
Entre os 11 e os 16 anos, a criança começa o caminho da adolescência e desenvolve a consciência clara de que pessoas diferentes têm pensamentos diferentes sobre a mesma ideia ou situação, muitas vezes designada pela ‘idade do armário’ surgem conflitos nos relacionamentos, seja entre pares ou entre gerações. Comportamentos, por vezes, justificados pela necessidade de afirmação ou pedidos de atenção. Neste momento deve-se maturar melhor conceitos de: igualdade, solidariedade, tolerância, justiça e multiculturalismo e, principalmente, sublinhar o conceito de educador como autoridade e segurança.