Com um olhar pluridimensional, pretendo orientar educadores e estudantes neste caminho vivido tão intensamente... um caminho onde se ensina e se aprende em cada momento de vida...este é um convite para conversar sobre educação.
Com um olhar pluridimensional, pretendo orientar educadores e estudantes neste caminho vivido tão intensamente... um caminho onde se ensina e se aprende em cada momento de vida...este é um convite para conversar sobre educação.
Respondendo a uma proposta de tema, realizado por uma leitora, relativamente à legislação da Educação Sexual:
Diálogo entre mim e um/a estudante de 2º ciclo:
«Estudante: _ A minha professora disse que íamos aprender o Sistema Reprodutivo a seguir e depois fazemos teste, para não confundir matérias!
Eu: _Faz todo o sentido, já que vais aprender muitos conceitos novos!
Estudante: _Só espero que os rapazes lá da turma não comecem a gozar com a matéria… temos lá uns rapazes assim…»
Pelo conhecimento que fui desenvolvendo, ao longo dos anos, através da experiência profissional/académica em Educação, tenho notado o pouco investimento do Ensino Português na Educação Sexual Escolar.
Certo é que, tive conhecimento, ao longo dos anos, de algumas escolas com projetos pioneiros na disciplina de Educação Sexual, fundamentadas por uma legislação de 6 de agosto de 2009, referindo que «a educação sexual é objecto de inclusão obrigatória nos projectos educativos dos agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas, nos moldes definidos pelo respectivo conselho geral, ouvidas as associações de estudantes, as associações de pais e os professores.» (artigo 6º, Diário da República: 60/2009). A meu ver, a maioria destes projetos apresentaram resultados muito positivos na educação transversal dos estudantes.
Contudo, atualmente, vejo ser lecionado em contexto de sala de aula, no 6ºano, na disciplina de Ciências da Natureza, pelo 2º período, uma matéria que se aproxima um pouco do muito que deveria ser explorado na Educação, o Sistema Reprodutivo… normalmente, a ficha de avaliação é dada no final dessa matéria, depois fica ‘adormecida’ como se tudo tivesse sido dito sobre o tema, ao longo de todo o percurso escolar… e mais? Quem ensina mais?
Fica cá o meu desassossego partilhado e a minha espectativa que comentem e reflitam sobre o tema!
Para os curiosos/interessados, deixo-vos a legislação que sustenta esta necessidade educativa, em anexo.
Por alteração legislativa, no ano de 2016, foram realizadas provas de aferição escolar para os anos letivos de 2º, 5º e 8ºanos, com o objetivo de aferir estatisticamente, as aprendizagens concretizadas às disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática.
Refiro resumidamente os resultados:
quanto maior o nível de escolaridade mais baixos são os resultados positivos (conseguiram), sendo que:
2º ano: os resultados mais baixos apresentam-se na compreensão oral e na geometria;
5º ano: os resultados mais baixos apresentam-se na gramática e nos números e operações;
8ºano: os resultados mais baixos apresentam-se na gramática e na geometria;
Hoje, a minha inquietude prende-se com estes resultados, sendo que, as estatísticas são reveladoras de números exatos e não de pessoas concretas… gostariam de deixar aqui a vossa opinião sobre estes dados?
Se pretenderem realizar uma análise mais aprofundada sobre estes resultados, em anexo, deixo-vos os dados facultados pelo IAVE.
Cada vez mais, a sociedade atual apresenta-se alerta para as questões do desenvolvimento emocional, da necessidade de ensinar novos temas que são parte integrante de um ser humano saudável e feliz, como os conceitos de: Amor, Relacionamento, Vida Saudável, Sociedade, Cultura, etc… intrínseco a tudo isto está o conceito de Sexualidade, tão debatido, fora das escolas… tão amado e odiado dentro das escolas!
Há já vários anos que se procuram incluir momentos de ensino-aprendizagem sobre sexualidade nas escolas e vários ‘projetos piloto’ foram concretizados com elevada taxa de sucesso… contudo muitas são as criticas ao assunto, com receios e anseios latentes em todos os intervenientes de educação.
Educar para a sexualidade é educar para o reconhecimento e respeito pelo outro, para um melhor conhecimento de si mesmo, de sonhos e desejos… é ensinar presente e futuro, é aprender sobre afetos e emoções… é procurar apostar em futuros adultos emocionalmente mais fortes , saudáveis e responsáveis…
Serão receios morais ou financeiros que fazem com que a sexualidade permaneça escondida dentro das nossas escolas? Não terão direito, os estudantes, a poderem aprender, sobre este tema, com outros agentes da educação, para a além dos pais e amigos…terão de o fazer, muitas vezes, sozinhos?