Diálogos... Com Vida...
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
Nos primeiros anos escolares, em que a criança inicia o desenho das letras e dos números, seja na escola, como em casa, nessa altura deverá existir muito cuidado no aperfeiçoamento desta destreza, de forma a que, os estudantes mantenham cuidados e atenção na forma de escrever com letra legível. Por vezes neste processo, a determinada altura, alguns estudantes parecem demonstrar incapacidade de melhorar a sua qualidade de escrita, e esta vai permanecendo deficiente, com letras desproporcionais, desregular… ao que muitas pessoas apelidam de ‘letra feia’. Investigadores nesta área intitulam esta situação como podendo ser um caso de Disgrafia, ou seja, uma perturbação funcional que afeta a qualidade da escrita, no elaborar do traçado da grafia, isto é ‘Um desvio da grafia’.
Assim sendo, a disgrafia é uma perturbação específica de aprendizagem que afeta a caligrafia e a qualidade da escrita, surgindo:
Sobre a Disgrafia gostaria ainda de acrescentar, esta perturbação é diferente da dislexia, portanto não devem ser confundidas e, podem estar presentes uma sem a outra.
Para saber mais, esteja atento a este Blogue….
Sendo a dislexia uma dificuldade de aprendizagem, trará, ao estudante, dificuldade em manter boas avaliações. Por vezes estes baixam os resultados escolares em várias disciplinas devido aos erros ortográficos e demonstram mais dificuldades em compreender questões e interpretar problemas.
Tal como já referi, torna-se imprescindível que a comunidade escolar se apresente cada vez mais disponível e sensível para este tema.
Para além disto, aos educadores/pais/explicadores cabe oferecer um apoio maior e individualizado a estes estudantes, que deverá passar por:
Para além de todas estas particularidades, não nos podemos esquecer que, um estudante disléxico necessita de um maior esforço para estudar e melhorar a sua escrita, portanto é desejável o incentivo e a constante motivação para tal.
A dislexia deixa alguns sinais de alerta nos estudantes de tenra idade, contudo, estes podem ser fonte de inquietação para os educadores, em qualquer idade ou nível escolar.
No 1º ano podemos perceber alguns destes sinais de alerta:
Sinais de alerta, nos anos escolares seguintes:
Se revemos alguns destes sinais de alerta, ou outros, que nos inquietem para a possibilidade do estudante estar perante a dislexia, torna-se necessário concretizar um diagnóstico que despiste tal situação. Este diagnóstico é produzido com base na história familiar e clínica, em testes psicométricos, em testes de consciência fonológica, de linguagem, de leitura e da ortografia, e deve ser concretizado por profissionais especializados.
Diálogo entre mim e um/a estudante de 3º ciclo:
«Eu:_ Tiras boas notas?
Estudante: _ Podia ser melhor se não fosse esta coisa chamada dislexia.»
Eu: _ Achas que esse problema interfere muito com o estudo?
Estudante: _ Pois?…»
Já aqui falei, em publicações anteriores, de Necessidades Educativas Especiais e a dislexia insere-se neste contexto, pois interfere com a capacidade de aprendizagem, dos estudantes ao longo de toda a vida.
A dislexia define-se como «(…) uma incapacidade específica de aprendizagem, de origem neurobiológica. É caraterizada por dificuldades na correção e/ou fluência na leitura de palavras e por baixa competência leitora e ortográfica (…) que pode impedir o desenvolvimento do vocabulário e dos conhecimentos gerais» (Associação Internacional de Dislexia).
Ao longo do meu percurso apoiei alguns estudantes com este diagnóstico, contudo nem sempre senti o apoio necessário, por parte das suas escolas, na sensibilização de uma avaliação adaptada a esta situação, esta inquietação também é refletida pela Especialista em Dislexia Drª Paula Teles que afirma: «no nosso país o Decreto-lei 3/2008, aplica-se às crianças com necessidades educativas especiais, mas não faz qualquer referência em relação à metodologia reeducativa a adotar. Na grande maioria dos casos os alunos dependem da “benevolência” dos professores, desculpando a falta de correção, a fluência leitora, a limitação vocabular, os erros ortográficos...» (In Revista Portuguesa de Clínica Geral: 2004). Fica portanto, aqui, um alerta a toda a comunidade escolar para se pensar em novos métodos de apoio e intervenção.
Por toda esta complexidade, pretendo dar continuidade a este tema, nos próximos artigos…
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.